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FCUP Dep. Matemática Pura Geometria das Equaç˜oes Diferenciais

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1.6. PDE de primeira ordem F (x, y, u, p, q) = 0 31<br />

ou ainda:<br />

{ ∂u<br />

∂s<br />

= p ∂x<br />

∂s + q ∂y<br />

∂s<br />

∂u<br />

∂τ<br />

= p ∂x<br />

∂τ + q ∂y<br />

∂τ<br />

Os elementos planos têm que se ajustar uns aos outros, como se fossem escamas de um peixe!<br />

Uma faixa característica da PDE (1.6.1), sendo solução <strong>das</strong> equações características, fica determinada<br />

por um dos seus elementos. Se esse elemento consiste de um ponto P numa superfície<br />

integral S, de (1.6.1), juntamente com o plano tangente a S em P , então a referida faixa é constituída<br />

pela curva característica de S, que passa em P , juntamente com cada um dos planos<br />

tangentes a S ao longo dessa curva. Se uma outra superfície integral é tangente a S em P , então<br />

ela será tangente ao longo de toda a curva característica de S.<br />

As equações características (1.6.10), descrevem portanto uma “lei de propagação” de elementos<br />

característicos, isto é, de planos tangentes a uma superfície integral S, ao longo de uma curva<br />

característica de S.<br />

O problema de Cauchy para a PDE (1.6.1), consiste em construir uma superfície integral<br />

que passe numa curva “inicial” suave arbitrária γ, dada paramètricamente por:<br />

s ∈ I ↦−→ γ(s) = (x(s), y(s), u(s)) (1.6.16)<br />

Para conseguir isso, faremos passar por γ(I), faixas características apropria<strong>das</strong>. Mas antes do mais,<br />

devemos completar γ numa faixa de elementos característicos, isto é, devemos encontrar funções:<br />

tais que (pondo agora ′ = d/ds):<br />

p = p(s) e q = q(s)<br />

{<br />

u ′ (s) − x ′ (s) p − y ′ (s) q = 0<br />

F (x(s), y(s), u(s); p, q) = 0<br />

(1.6.17)<br />

Como a segunda equação é não linear, poderá haver uma, várias ou nenhuma solução (p, q), de<br />

(1.6.18). Suponhamos que é dada um solução específica (p o , q o ) de:<br />

{<br />

u ′ (s o ) − x ′ (s o ) p o − y ′ (s o ) q o = 0<br />

F (x(s o ), y(s o ), u(s o ); p o , q o ) = 0<br />

(1.6.18)<br />

tal que:<br />

x ′ (s o ) F q (x o , y o , u o , p o , q o ) − y ′ (s o ) F p (x o , y o , u o , p o , q o ) ≠ 0 (1.6.19)<br />

isto é, o plano característico tangente a γ, em P o = (x o , y o , u o ), tem uma geratriz de contacto com<br />

o cone de Monge em P o , cuja projecção no plano xy é não colinear com a projecção da tangente a<br />

γ, em P o . Pelo teorema da função implícita, existem então funções suaves únicas p(s), q(s), perto<br />

de s o , que satisfazem (1.6.18), e que se reduzem a p o , q o , para s = s o .<br />

Com efeito, o sistema (1.6.18) é do tipo:<br />

{<br />

f(s, p, q) = u ′ (s) − x ′ (s) p − y ′ (s) q = 0<br />

g(s, p, q) = F (x(s), y(s), u(s); p, q) = 0<br />

que se pretende resolver em ordem a s, numa vizinhança de s = s o .<br />

implícita, isto é possível se:<br />

∣<br />

∂(f, g)<br />

f<br />

∂(p, q) ∣ = p f ∣∣∣∣(so q<br />

(so,p<br />

∣<br />

o,q o)<br />

g p g q<br />

,p o ,q o )<br />

Pelo teorema da função

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