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populacao negra

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Os registros também evidenciaram que esses profissionais trabalharam<br />

no sentido de fortalecer o protagonismo dos usuários, o que foi confirmado<br />

pelas seguintes ações: “Conversa com C sobre paternidade e apoio.”; “ACS conversa<br />

bastante com a família, principalmente a respeito da doação do filho.”; “ACS<br />

ajuda N explicando as medicações.”; “ACS vista S para levar remédios e dar orientações.”;<br />

“ACS tenta se aproximar da mãe do bebê e fala da importância do seguimento<br />

do CSE e de tirar a documentação do bebê.”; “ACS dá orientações para paciente e<br />

familiares para melhorar o ambiente e melhorar a alergia a pó.”<br />

Transpareceram ações intersetoriais promovendo saúde e cidadania.<br />

À guisa de conclusão<br />

Violência e construção de subjetividades, em suas repercussões nas<br />

condições de saúde, são temas de fundamental importância na abordagem à<br />

saúde da população <strong>negra</strong>. Entendemos que as relações racializadas no país<br />

trazem como marca histórica a negação da subjetividade aos negros; assim,<br />

não há como buscar ações integrais de saúde emancipatórias para essa população<br />

sem enfocarmos a violência e seus agravos. A violência estrutural deve<br />

ser desvelada e combatida.<br />

Um de seus braços ocorre no cotidiano do nosso trabalho, como profissionais<br />

da saúde, quando nos eximimos de abrir espaço para as necessidades<br />

das famílias imersas na violência delinquêncial. A divisão maniqueísta entre<br />

os trabalhadores e os bandidos obscurece a produção social da violência, negamos<br />

a possibilidade de que a extensão de nossas práticas seja tensionada<br />

por essas questões.<br />

O local da vida do usuário é visto como outro mundo, e somente aqueles<br />

que podem responder ao modelo de vida por nós considerado adequado são<br />

dignos de ser alvo de cuidados. Um primeiro passo é não negar a existência<br />

das relações violentas como objeto também das ações de saúde para podermos<br />

dialogar com outras instâncias sociais, que também se empenhem em<br />

reduzir sua existência.<br />

Cabe a todos os profissionais envolvidos com a execução da integralidade<br />

nas práticas de saúde uma parcela nessa transformação.

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