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populacao negra

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mapeiam o campo de pesquisa de gênero e saúde, o processo de institucionalização<br />

de um campo de pesquisa no Brasil de suma importância para a<br />

compreensão de diferentes problemas de saúde e articula-se ao campo de<br />

estudo da sexualidade e saúde da mulher. A Saúde Coletiva contribui com a<br />

maior proporção de estudos encontrados nas bases de informação bibliográfica<br />

de natureza científica. A análise da transversalidade de gênero e raça/<br />

etnia mostra-se pouco explorada e se configura como lacuna importante para<br />

estudo e pesquisa.<br />

A pesquisa publicada por Souzas (2007) descreve diferentes concepções<br />

sobre a liberdade das mulheres <strong>negra</strong>s (pretas e pardas) e brancas de<br />

diferentes escolaridades. Essas diferenças podem estar relacionadas aos<br />

processos históricos e/ou ao racismo presentes em nosso cotidiano. É interessante<br />

observar que a escolaridade é um fator importante ao se considerar o<br />

exercício da liberdade. Depreende-se daí que a escolaridade associada à raça/<br />

etnia são importantes na análise sobre o exercício de direitos.<br />

Diferentes estudos vêm sinalizando diferenças concretas no campo da<br />

saúde quando se analisa por raça/etnia. Recentemente, Santos, Guimarães<br />

e Araújo (2007) constataram maior mortalidade de mulheres adultas em<br />

Recife. Batista, Escuder e Pereira (2004) já haviam constatado padrões de<br />

mortalidade diferenciados por cor no estado de São Paulo. Destaca-se nessa<br />

pesquisa a mortalidade materna das mulheres <strong>negra</strong>s.<br />

Inúmeros estudos de natureza quantitativa, do tipo demográfico ou epidemiológico<br />

vêm trazer esse tipo de informação na qual a variável cor /raça ou<br />

etnia adquire grade importância. É possível tratamento desigual na assistência<br />

pré-natal voltada para mulheres <strong>negra</strong>s, para a qual é preconizado um “pacote<br />

mínimo” de consultas e atendimentos. Sinal claro desta diferenciação é o menor<br />

acesso delas ao tratamento ginecológico ao qual elas em tese teriam igual direito,<br />

sobretudo porque esse é um instrumento importante para controle das DST e<br />

para prevenção do câncer ginecológico (Perpétuo, 2000, p. 14).<br />

A princípio, vê-se com clareza que existem condições de vida e de morte<br />

distintas para negros e brancos, como se pode ver pelos índices que acusam<br />

uma taxa maior de mortalidade infantil entre as crianças <strong>negra</strong>s: “as mães<br />

<strong>negra</strong>s residentes em áreas rurais experimentavam, para cada mil nascidos vi-<br />

Saúde da População Negra<br />

301<br />

Acesso à saúde, promoção e prevenção ao hiv/aids e o recorte<br />

étnico-racial: Revisão bibliográfica (1995-2009)

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