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populacao negra

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1*Ao receber o convite para participar desta mesa-redonda – que me honrou<br />

e deixou feliz por saber que Abrasco (Associação Brasileira de Pós-graduação<br />

em Saúde Coletiva) reconhece a importância de se ter um espaço para a discussão<br />

desta temática –, me foi solicitado abordar o estado atual da pesquisa<br />

em saúde da população <strong>negra</strong>.<br />

Vislumbrei dois possíveis caminhos:<br />

• ou fazer uma ampla busca e sistematização das informações, tabelas,<br />

mapas, gráficos que mostrassem os resultados das pesquisas destacando<br />

os achados que acredito tenham sido os mais relevantes, ou<br />

• comentar os caminhos que fomos trilhando com o intuito de garantir a<br />

justiça racial no âmbito da saúde, mediante várias atividades como as de<br />

pesquisa, os atores que trilharam esses caminhos, as conquistas conseguidas<br />

e as lacunas que, acredito, ainda sejam nossos desafios.<br />

É preciso começar salientando que a importância de enfocar a dimensão<br />

étnico-racial nos estudos da saúde se origina no reconhecimento da discriminação<br />

histórica que a população <strong>negra</strong> sofreu no Brasil e a consequente vivência<br />

de condições de marginalidade e vulnerabilidade que se estende desde a<br />

abolição da escravatura até a atualidade.<br />

Porém, apesar de ser amplamente conhecida essa constatação, a abordagem<br />

em pesquisas dessa dimensão enfrentou e enfrenta até hoje várias<br />

resistências. Acredito que isso seja devido tanto à crença da ausência de racismo<br />

na sociedade brasileira como em posições políticas abertamente contrárias<br />

a incorporá-la, fundamentadas na opinião de que se no Brasil se vive<br />

uma “democracia racial”, darem ênfase nesse recorte analítico, o que estaria<br />

fomentando um racismo inexistente.<br />

Avalio que foi graças à integração de forças dos movimentos da<br />

sociedade civil em geral – mais especificamente do movimento de mu-<br />

*<br />

1 Palestra proferida no V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde,<br />

com o tema O Lugar das Ciências Sociais e Humanas no Campo da Saúde Coletiva, na<br />

mesa-redonda “A questão étnico-racial no campo da saúde: desafios no campo da pesquisa<br />

e das políticas públicas”, ocorrido em abril de 2011.<br />

Saúde da População Negra<br />

23<br />

Recorte étnico-racial – Estela Maria Garcia de Pinho da Cunha

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