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populacao negra

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Negra era majoritariamente de direita, apoiando diretamente os governos<br />

nazi-fascistas que ocorriam na Europa e tendo declarado apoio à ditadura de<br />

Vargas em 1937, governo que atendeu algumas de suas reivindicações.<br />

De todo modo, a Frente Negra Brasileira não impôs uma posição contrária<br />

à ordem social, política e econômica estabelecida no país. Antes, porém, a<br />

FNB pretendia a integração do negro através da “conquista das oportunidades<br />

e garantias sociais legalmente consagradas pelo regime vigente. E essa conquista<br />

se daria pela imitação dos exemplos fornecidos pelos próprios brancos”<br />

(Bacelar, 2001, p. 149). Essa foi a tônica da atuação da FNB em todo o país,<br />

diferenciando-se apenas na composição de seus quadros militantes. Na Bahia,<br />

por exemplo, a Frente Negra assumiu contornos distintos da sua formação<br />

nacional. Seu quadro foi composto por trabalhadores e categorias subalternas<br />

de negros da cidade de Salvador, pois os negros ascendentes, as “elites mestiças<br />

e pretas” da capital, já sofriam os efeitos do branqueamento e deixavam<br />

clara a impossibilidade de somar forças nesse movimento (idem, ibidem).<br />

O período da Segunda República Brasileira até a Ditadura Militar (1945-<br />

1964) foi marcado por pouca mobilização política, pois tivera diminuído seu<br />

poder de aglutinação presente na fase anterior. Contudo, como demonstrou<br />

Guimarães (2001; 2002), o protesto negro não retrocedeu e se justificava<br />

cada vez mais diante da discriminação racial que mais se destacava por causa<br />

da ampliação dos mercados e do cenário competitivo no trabalho, diante também<br />

dos preconceitos e estereótipos negativos do negro e da marginalização<br />

de grande parcela da população <strong>negra</strong> em favelas e alagados. Nesse período,<br />

surgiram dois grupos ícones de luta pelas questões do negro na sociedade<br />

brasileira: a UHC (União dos Homens de Cor), que atuava em favor da ascensão<br />

econômica e intelectual das pessoas de cor em todo o território nacional,<br />

promovendo debates, publicação de jornais e assistência jurídica e médica<br />

(Domingues, 2007), e o TEN (Teatro Experimental do Negro), de cunho eminentemente<br />

cultural, que foi a principal organização <strong>negra</strong> do país nesse momento.<br />

Seu projeto inicial de constituir um grupo de atores negros se expandiu<br />

e se transformou num projeto de formação profissional, “de psicodrama coletivo<br />

da população <strong>negra</strong> e de recuperação da imagem e da autoestima dos negros<br />

brasileiros” (Guimarães, 2001, p. 131). Encabeçado por Abdias do Nascimento,<br />

o TEN foi a primeira organização, nos dizeres de Nascimento (2008),<br />

que articulou, na teoria e na prática, a participação política com a valorização<br />

Saúde da População Negra<br />

79<br />

O movimento negro na construção da política nacional de saúde<br />

integral da população <strong>negra</strong> e sua relação com o estado brasileiro

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