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populacao negra

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Conferência Internacional sobre Aids, que seria realizada em Washington,<br />

D.C. Seu discurso foi tão notável por seu atraso como pelo que ele omitiu:<br />

a palavra gay. Essa omissão foi impressionante em vista do fato de que<br />

as autoridades públicas de saúde e a mídia entendiam o HIV/Aids como<br />

sendo uma doença de homens homossexuais. O presidente Reagan tinha<br />

se aliado à ala direita conservadora do Partido Republicano, que se opunha<br />

ferrenhamente aos direitos dos gays. Shilts documentou dois fatores que<br />

finalmente forçaram o presidente Reagan a confrontar a epidemia de HIV/<br />

ADS nos Estados Unidos: descobrir que o ator Rock Hudson, um dos mais<br />

antigos amigos do presidente Reagan, era gay (embora não declarado) e<br />

que tinha contraído aids; e o bem conceituado relatório do U. S. Surgeon<br />

General [autoridade máxima da saúde nos Estados Unidos] C. Everett<br />

Koop sobre aids em 1986, quando apresentou uma explicação franca e imparcial<br />

sobre o HIV/Aids no país (Shilts, 1987).<br />

Essa história é bastante importante para entender o legado da relativa<br />

demora na resposta nacional dos Estados Unidos à epidemia de HIV/Aids<br />

em geral, e entre as comunidades de negros e hispânicos em particular. Em<br />

seu relatório de 2008, intitulado Left behind: black America, a neglected priority<br />

in the global Aids epidemic [Abandonado: a América <strong>negra</strong>, uma prioridade<br />

negligenciada na epidemia global da Aids, em tradução livre], o Black<br />

Aids Institut, organização não governamental situada nos Estados Unidos,<br />

critica corretamente a falta de uma liderança nacional americana sobre a<br />

questão do HIV/Aids entre os negros. O relatório destaca, por exemplo,<br />

que ao mesmo tempo que governo norte-americano determinava que os<br />

países que recebessem recursos do Plano Emergencial do Presidente para<br />

Alívio da Aids (Pepfar) precisariam ter uma estratégia nacional para lidar<br />

com o HIV/Aids, aos Estados Unidos faltava uma estratégia própria (Wilson,<br />

Wright e Isbell, 2008). Além disso, o relatório Left behind criticou fortemente<br />

a adesão do governo norte-americano a um paradigma de prevenção<br />

de epidemias de HIV/Aids concentradas, em que o foco era “grupos de<br />

alto risco” em vez de ser o que, claramente, era uma epidemia generalizada<br />

entre americanos negros.<br />

Três décadas após a descoberta da epidemia no país, os Estados<br />

Unidos somente lançaram sua primeira resposta nacional à epidemia recentemente.<br />

Em julho de 2010, a Secretaria da Casa Branca para Política<br />

Saúde da População Negra<br />

329<br />

Paralelos opostos: Raça e status socioeconômico em pesquisas<br />

e políticas sobre hiv/aids no Brasil e nos Estados Unidos

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