22.11.2012 Views

populacao negra

populacao negra

populacao negra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Introdução<br />

Brasil e Estados Unidos compartilham várias semelhanças que têm levado<br />

estudiosos, especialmente historiadores e cientistas sociais, a comparar<br />

os dois países com relação a questões de raça e racismo. Ao longo de várias<br />

décadas, nos Estados Unidos, pesquisadores dedicaram-se ao exame comparativo<br />

da dinâmica racial entre ambos os países. Como foram sociedades<br />

escravocratas, tanto o Brasil como os Estados Unidos têm lutado contra seu<br />

legado e as realidades atuais de hierarquias sociais vinculadas a raça e desigualdades<br />

raciais persistentes. Enquanto os Estados Unidos instituíram práticas<br />

legalizadas de segregação racial e discriminação na sequência da abolição<br />

da escravatura em 1865, o Brasil, após a abolição em 1888, seguiu o caminho<br />

da discriminação racial não legal, porém com frequência institucionalizada,<br />

que teve profundo impacto na inclusão social dos afrodescendentes brasileiros<br />

até os dias atuais.<br />

Este artigo apresenta uma análise comparativa da dinâmica racial no<br />

Brasil e nos Estados Unidos, com ênfase no impacto da epidemia de HIV/Aids<br />

nas populações <strong>negra</strong>s dos dois países. Comparamos três áreas em cada país:<br />

pesquisa de disparidades na saúde, políticas relativas a HIV/Aids em âmbito<br />

nacional, e abordagens quanto à prevenção e ao tratamento de HIV/Aids com<br />

foco nas comunidades <strong>negra</strong>s. Os pontos fortes e os fracos da pesquisa de<br />

disparidades na saúde, bem como a pesquisa e as políticas sobre HIV/Aids<br />

em cada país, estão destacados e acompanhados de recomendações sobre<br />

melhorias. Também são feitas comparações sobre como cada país lida com<br />

as questões de raça e status socioeconômico. A análise destaca a ênfase no<br />

status socioeconômico em pesquisa e política sobre HIV/Aids no Brasil e seu<br />

paralelo oposto, a ênfase na raça em pesquisa e política sobre HIV/Aids nos<br />

Estados Unidos. Argumentamos que uma abordagem interseccional da raça e<br />

do status socioeconômico é necessária, a fim de aumentar a relevância e a utilidade<br />

da pesquisa e da política sobre HIV/Aids para as comunidades <strong>negra</strong>s<br />

em ambos os países.<br />

As chaves do sucesso do Brasil na prevenção e no tratamento de HIV/Aids<br />

O Brasil tem assumido a dianteira nos esforços para promover a prevenção<br />

e o tratamento de HIV/Aids há mais de uma década. A diminuição da<br />

Saúde da População Negra<br />

315<br />

Paralelos opostos: Raça e status socioeconômico em pesquisas<br />

e políticas sobre hiv/aids no Brasil e nos Estados Unidos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!