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populacao negra

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epidemia e a redução do impacto geral do HIV/Aids no país são creditadas às<br />

estratégias eficazes de saúde pública.<br />

Pesquisadores perceberam uma diminuição na epidemia de HIV/Aids a<br />

partir de 1997 em diante, particularmente em cidades como o Rio de Janeiro e São<br />

Paulo. Essa diminuição deveu-se, sobretudo ao uso efetivo de medidas de prevenção,<br />

inclusive a distribuição de informações sobre prevenção, o aumento no uso<br />

de preservativo entre a população em geral e a distribuição gratuita de medicamentos<br />

antirretrovirais para indivíduos infectados com o HIV (Werneck, 2004).<br />

Dois fatores importantes contribuíram para o sucesso do Brasil no combate<br />

ao HIV/Aids: o compromisso do governo brasileiro com a implantação<br />

de um plano nacional de larga abrangência para a Aids e o envolvimento ativo<br />

da sociedade civil na prevenção, assistência e no tratamento de HIV/Aids<br />

(Safreed-Harmon, 2008). Como vários ativistas, estudiosos e autoridades<br />

de saúde pública notaram, as políticas proativas do governo brasileiro sobre<br />

HIV/Aids têm sido o resultado direto da ampla mobilização da sociedade civil<br />

no combate à epidemia (Berkman et al., 2005; Galvão, 2005; Levi, 2002;<br />

Parker, 2009). Essa mobilização incluiu a progressista Igreja Católica e o movimento<br />

das comunidades eclesiais de base, ligados à Teologia da Libertação;<br />

o movimento de reforma sanitária; e o movimento de liberação gay emergente<br />

(Parker, 2009). Devido, em grande parte, à sociedade civil e à mobilização<br />

de movimentos sociais, o primeiro programa governamental para a aids nas<br />

Américas foi estabelecido no Estado de São Paulo em 1983, e, em 1986, o<br />

Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Controle da Aids/STD<br />

(Bacon et al., 2004; Berkman et al., 2005; Parker, 2009).<br />

A mobilização da sociedade civil relativamente ao HIV/Aids durante a<br />

década de 1980 ocorreu em um momento crítico da história política do Brasil,<br />

em meio à transição da ditadura militar para o governo democrático. Embora o<br />

movimento de reforma sanitária tenha surgido durante os anos 1970, ganhou<br />

proeminência durante esse período, conduzindo a transformações importantes<br />

nas políticas de saúde à medida que o Brasil iniciava sua redemocratização<br />

(Berkman et al., 2005). O estabelecimento de assistência médica como um<br />

direito de todos os cidadãos brasileiros e um dever do Estado brasileiro na<br />

Constituição de 1988 foi um avanço significativo nas tentativas de desenvolver<br />

um sistema público de saúde que pudesse atender às necessidades de to-

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