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populacao negra

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crescente interesse dos pesquisadores em disparidades raciais no campo da<br />

saúde, nos últimos anos começou a surgir uma ênfase visível na questão da<br />

saúde da população <strong>negra</strong> no âmbito dos ministérios. Durante 2004, o Ministério<br />

da Saúde desenvolveu um Plano Nacional de Saúde que tornou o Brasil o<br />

primeiro país no mundo a reivindicar a inclusão de informações étnico-raciais<br />

em todos os registros de saúde. O Plano Nacional de Saúde para 2004-2007<br />

também considerou a condição de saúde de mulheres <strong>negra</strong>s e indígenas ao<br />

incluir disposições específicas para promover a saúde da mulher em ambos<br />

os grupos. O copatrocínio do Ministério da Saúde em um Seminário Nacional<br />

sobre a Saúde da População Negra em agosto de 2004 forneceu mais comprovações<br />

das discussões de alto nível a respeito das dimensões da saúde no<br />

governo federal brasileiro desde a III Conferência Mundial contra o Racismo,<br />

realizada em Durban, África do Sul, em 2001 2 . Em 2004, o Programa Nacional<br />

de Aids também começou a desenvolver iniciativas voltadas à população <strong>negra</strong>.<br />

Em 2005, a campanha nacional de prevenção contra HIV/Aids dirigiu-se<br />

aos afro-brasileiros com o slogan “Aids e Racismo – o Brasil tem que viver sem<br />

preconceito”. O Programa Nacional de DST/Aids também começou a patrocinar<br />

o Programa AfroAtitude em dezembro de 2004, que ofereceu bolsas de<br />

estudo a estudantes universitários afrodescendentes para apoiar a pesquisa<br />

sobre HIV/Aids, bem como outras áreas. Todavia, nos últimos anos, o Programa<br />

Nacional de DST/Aids afastou-se das campanhas de prevenção com foco<br />

na população <strong>negra</strong> e encerrou o apoio financeiro ao Programa AfroAtitude.<br />

Pesquisa e política de HIV/Aids com foco<br />

na população afrodescendente no Brasil<br />

Em seu recente livro, Evan Lieberman (2009) argumentou que o sucesso<br />

das políticas do Brasil com relação à aids deveu-se à existência de fronteiras<br />

étnicas flexíveis, senão totalmente permeáveis, no país. Esse argumento baseia-se<br />

na crença de que o Brasil é uma democracia racial na qual a discrimina-<br />

2 O Seminário Nacional foi organizado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria<br />

Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). “Trabalhando para Atingir<br />

Igualdade Étnica na Saúde”, workshop regional para as nações da América Latina e do Caribe,<br />

realizado em Brasília em dezembro de 2004, foi patrocinado pelo Ministério da Saúde, Ministério<br />

das Relações Exteriores, pela Seppir e organizado pelo Escritório do Alto Comissário<br />

das Nações Unidas para Direitos Humanos e a Organização Pan-Americana da Saúde.<br />

Saúde da População Negra<br />

319<br />

Paralelos opostos: Raça e status socioeconômico em pesquisas<br />

e políticas sobre hiv/aids no Brasil e nos Estados Unidos

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