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populacao negra

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esses esforços nacionais, realça o fato de que os Estados Unidos permanecem a<br />

anos-luz de distância de serem capazes de reduzir a incidência de HIV/Aids nas<br />

comunidades <strong>negra</strong>s e hispânicas no país.<br />

Conclusão<br />

Conforme demonstrado neste capítulo, o Brasil e os Estados Unidos<br />

têm tido vários graus de sucesso em seus esforços no combate à epidemia<br />

de HIV/Aids. Enquanto o Brasil desenvolveu logo uma resposta à epidemia<br />

devido à mobilização da sociedade civil, os Estados Unidos notadamente<br />

demoraram a responder e apenas começaram a desenvolver uma estratégia<br />

coordenada nos últimos dois anos. Os sucessos do Brasil nas áreas<br />

de prevenção e tratamento do HIV/Aids representam um modelo útil para<br />

os pesquisadores, os profissionais de saúde pública e os que estabelecem<br />

as políticas nos Estados Unidos, à medida que continuam a desenvolver<br />

novos programas e iniciativas. A eventual replicação das estratégias adotadas<br />

no Brasil nos Estados Unidos pode não acontecer, todavia, devido às<br />

diferentes condições sociais, políticas e econômicas dos dois países. Além<br />

disso, a falta de um discurso sobre saúde como um direito à cidadania e a<br />

ausência de um sistema público de saúde semelhante ao SUS nos Estados<br />

Unidos aumentariam a dificuldade de fornecer tratamento universal às<br />

pessoas portadoras do HIV.<br />

Com relação à prevenção e ao tratamento do HIV/Aids entre comunidades<br />

<strong>negra</strong>s, nossa análise sugere que ainda resta muito a ser feito<br />

para erradicar a epidemia em ambos os países. Apesar da existência de<br />

ideologias raciais e histórias diferentes com relação a segregação legal,<br />

por exemplo, está se tornando cada vez mais claro que a exclusão social e a<br />

privação de direitos vividas pelas comunidades <strong>negra</strong>s em ambos os países<br />

têm tido impacto devastador em seus perfis de saúde e vulnerabilidade a<br />

doenças como HIV/Aids. Para melhorar essa situação, é essencial que os<br />

profissionais e pesquisadores brasileiros da área da saúde comecem a integrar<br />

o quesito raça/cor na coleta e análise de dados relativos a HIV/Aids.<br />

No caso dos Estados Unidos, a crescente coleta e análise do SES dentro dos<br />

dados de vigilância sobre HIV/Aids é necessária, a fim de desenvolver um<br />

entendimento mais matizado a respeito das dimensões raciais e socioeconômicas<br />

da epidemia de HIV/Aids nesse país.<br />

Saúde da População Negra<br />

331<br />

Paralelos opostos: Raça e status socioeconômico em pesquisas<br />

e políticas sobre hiv/aids no Brasil e nos Estados Unidos

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