Todas as Coisas Belas - Matthew Quick

Recommendations

Info

1 Ele era um adulto e eu ainda era uma garota No último dia de aula antes do recesso de Natal do penúltimo ano do ensino médio, fui à sala do sr. Graves durante o intervalo de almoço e o encontrei tomado pelo espírito natalino, sorrindo bem mais que de costume. Fazia alguns meses que comíamos sozinhos ali. Naquele dia, ele me trouxera alguns biscoitos italianos que a esposa fizera para mim, o que me levou a imaginar o que o sr. Graves andaria contando a ela. Os biscoitos pareciam flocos de neve gigantes e tinham gosto de alcaçuz preto. Cada um de nós comeu um, e depois o sr. Graves me entregou uma caixa pequena embrulhada em papel de presente azul com minúsculas renas brancas de chifres imensos. Eu nunca tinha recebido um presente de um professor. Senti que era um momento importante. — É só uma lembrancinha de alguém que também evita refeitórios — disse ele, e sorriu. Rasguei o papel de presente. Na caixa havia um livro intitulado O ceifador de chicletes, de Nigel Booker. As páginas estavam amareladas e a capa havia sido remendada com fita adesiva. Tinha o cheiro de uma barraca de camping velha que tivesse ficado guardada ainda ligeiramente úmida por cinquenta anos. Na capa de fundo branco via-se a imagem da Morte com sua grande foice, só que a lâmina curva era feita de chicletes coloridos — como se dispostos sobre mármore branco. Era uma imagem inegavelmente estranha. Assustadora e instigante ao mesmo tempo. Abri na primeira página. A dedicatória era: “Para o clube de tiro com arco.” Bizarro, pensei. Folheando depressa as páginas de pontas dobradas, notei centenas de trechos sublinhados.
— Li esse livro quando tinha sua idade, e ele mudou minha vida — disse o sr. Graves. — Está fora de catálogo. Até deve valer algum dinheiro, mas não é do tipo que se vende. Já o digitalizei todo há muito tempo e prometi a mim mesmo passar meu exemplar adiante para o aluno certo, quando ele aparecesse. Pode não ser a maior obra literária do mundo, deve estar meio datado, mas é um clássico cult e sinto que pode ser a leitura perfeita para você. Até mesmo um rito de passagem, para pessoas como nós. Enfim. Feliz Natal, Nanette O’Hare. Quando fui abraçá-lo para agradecer, ele se enrijeceu. — Não é para tanto. E, com uma risada nervosa, me afastou com delicadeza. Na época fiquei com raiva, mas tempos depois entendi que era cautela. O sr. Graves pressentiu aquilo, porque ele era um adulto e eu ainda era uma garota. Comecei a ler naquela noite.
Page 2: DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A
Page 6 and 7: SUMÁRIO Folha de rosto Créditos M
Page 8 and 9: Para o banco verde perto do riacho
Page 12 and 13: 2 Parecia uma história incompleta
Page 14 and 15: de ir, só está fazendo isso para
Page 16 and 17: 3 Você precisa conhecê-lo pessoal
Page 18 and 19: 4 Uma ode à nobre arte da desistê
Page 20 and 21: — Não — respondi. As pessoas d
Page 22 and 23: olha que não sou uma pessoa do tip
Page 24 and 25: Shakespeare! Sempre! Quer dizer, os
Page 26 and 27: 5 Ele nunca contou a ninguém o que
Page 28 and 29: 6 Um catálogo atualizado constante
Page 30 and 31: minha mãe, simplesmente por vê-la
Page 32 and 33: 7 Seria horrível dizer tudo isso F
Page 34 and 35: potenciais colegas de time não me
Page 36 and 37: — Está querendo me arranjar um n
Page 38 and 39: aquele mundo com Pequeno Lex, me se
Page 40 and 41: ia se corresponder com qualquer um
Page 42 and 43: gente desse jeito? — Só estou da
Page 44 and 45: E já não era mais redondo, e sim
Page 46 and 47: 10 Vamos deixar o celular carregand
Page 48 and 49: coisas que nos fazem desistir da id
Page 50 and 51: 11 As tendências sexuais dos garot
Page 52 and 53: das palavras. Minha mãe nunca diss
Page 54 and 55: nenhum dos garotos. De acordo com n
Page 56 and 57: Eu tinha medo de ser assexuada ou a
Page 58 and 59: quem eu não gostava e que eu nem e
Page 60 and 61:
não precisa do futebol — disse m
Page 62 and 63:
para ir à praia com Alex. Matar au
Page 64 and 65:
13 O garoto pode ser um garoto QUAN
Page 66 and 67:
Para que ele soubesse Como era cair
Page 68 and 69:
14 Mudou de assunto, como se coloca
Page 70 and 71:
— Pode ser — concordei. — Mas
Page 72 and 73:
— A porta não é tão divertida
Page 74 and 75:
“Nem tudo que vemos é real.” A
Page 76 and 77:
— Já passamos algumas vezes pela
Page 78 and 79:
— Ele precisa tanto quanto a gent
Page 80 and 81:
— Não tem nada a ver com você.
Page 82 and 83:
que foram escolhidas rainhas do bai
Page 84 and 85:
o trunfo do futebol. Ficou falando
Page 86 and 87:
— Sério? — disse Oliver, pelo
Page 88 and 89:
16 No mesmo porão onde você se en
Page 90 and 91:
perguntas depois. — Bem, parece b
Page 92 and 93:
isso, como se fosse horrível ser c
Page 94 and 95:
17 Eles não fugiram. Correram ao e
Page 96 and 97:
— Foi esse cara que me interrogou
Page 98 and 99:
um problema da literatura: ela fazi
Page 100 and 101:
— Ele não vai ficar… — Mas s
Page 102 and 103:
— Você está desfazendo nossa am
Page 104 and 105:
18 Meu punho sacudindo o crânio EX
Page 106 and 107:
Existe poder no conhecimento E tenh
Page 108 and 109:
19 Mate o Eu Alex vai para uma esp
Page 110 and 111:
Por um tempo, nosso relacionamento
Page 112 and 113:
porque não consegue distinguir ent
Page 114 and 115:
E meio que odeio June por ter enten
Page 116 and 117:
o amor não necessariamente venceu
Page 118 and 119:
21 No foguete rumo a esse lugar des
Page 120 and 121:
— Aqui temos Nanette O’Hare, qu
Page 122 and 123:
Nanette. Por algum motivo, ela se l
Page 124 and 125:
— Booker me contou. E eu conhecia
Page 126 and 127:
— Mas você não o ama mais? Não
Page 128 and 129:
que finalmente podemos ser por fora
Page 130 and 131:
Benatar. — Quem é Pat Benatar?
Page 132 and 133:
23 O “kit púrpura de prazer” N
Page 134 and 135:
desconforto pesa no ambiente. — C
Page 136 and 137:
— E Nanette? E Oliver, que não t
Page 138 and 139:
sua loucura parecer bela. Nanette t
Page 140 and 141:
E com braços e pernas bem abertos
Page 142 and 143:
25 A preservação do meio ambiente
Page 144 and 145:
sério mais nada que Nanette diz. E
Page 146 and 147:
— Morreu? — Ele caiu do prédio
Page 148 and 149:
subir pela parede como uma aranha d
Page 150 and 151:
27 Como transformar a tragédia em
Page 152 and 153:
— Uma forma de rebeldia. — É,
Page 154 and 155:
28 Time Antígona, jamais os Creont
Page 156 and 157:
SR. HARLOW: Não foi culpa sua, nã
Page 158 and 159:
SR. HARLOW: O que você quer dizer
Page 160 and 161:
sabe? Não é saudável. Nanette as
Page 162 and 163:
Ela toma um banho, arruma o cabelo,
Page 164 and 165:
fazendo durante aquela música que
Page 166 and 167:
30 Tão boa em algo que não lhe d
Page 168 and 169:
31 Apaixonado por uma versão falsa
Page 170 and 171:
— Você acha que Nanette devia te
Page 172 and 173:
arruma a cama sozinha e chora no qu
Page 174 and 175:
34 E vai se odiar por isso Na vésp
Page 176 and 177:
Nanette se faz de feliz. Ela contin
Page 178 and 179:
— Sim. Quer dizer, mais ou menos.
Page 180 and 181:
36 Colocando toda a raiva para fora
Page 182 and 183:
— Por que você não quer jogar?
Page 184 and 185:
experimento? Eu não signifiquei na
Page 186 and 187:
Obedeço. — Digite no Google rel
Page 188 and 189:
39 Um preço por forçar o limite E
Page 190 and 191:
certos tipos continuem seguindo o f
Page 192 and 193:
40 Aveludadas como um beijo bom No
Page 194 and 195:
jeito impetuoso. Quem sabe entregar
Page 196 and 197:
CONHEÇA OS OUTROS TÍTULOS DO AUTO
Page 198 and 199:
A sorte do agora Garoto 21
Page 200 and 201:
Com amor, Simon Becky Albertalli Os
show all

Todas as Coisas Belas - Matthew Quick

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?