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Todas as Coisas Belas - Matthew Quick

Muito bom!

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— No Natal, Alex deu a Nanette um monte de poem<strong>as</strong>. Um deles falava<br />

sobre como ele gostava de escapar pela janela e escalar o edifício até o telhado e<br />

dava a entender que ele não queria mais viver. Ele chamava a si mesmo de<br />

“dispensável”. Não contei a ninguém sobre o poema e ele morreu exatamente<br />

<strong>as</strong>sim. Subindo até o telhado. Ele caiu. Você acha que Nanette é culpada? Ela<br />

deveria ter avisado sobre aquele comportamento perigoso, talvez? Avisado o<br />

reformatório, ou o pai dele…<br />

— Você não tem nenhuma responsabilidade pela morte de Alex. É apen<strong>as</strong><br />

uma garota.<br />

Nanette suspira.<br />

— Então Nanette não é responsável legalmente?<br />

— Não, de jeito algum. Já conversou com seu psicólogo sobre isso?<br />

Nanette faz que sim.<br />

— E o que ele disse?<br />

— Ela disse o mesmo que você. Eu só queria uma segunda opinião. De<br />

alguém que não esteja sendo pago pelos meus pais.<br />

— Entendo.<br />

— Obrigada.<br />

— De nada.<br />

Nanette não tem forç<strong>as</strong> para dizer mais nada, nem para olhar para o gentil<br />

policial.<br />

Se alguém tivesse raptado e matado seu filho, Nanette não tem muita<br />

confiança de que conseguiria ser <strong>as</strong>sim tão amável, por isso ela se sente um lixo,<br />

embora saiba que deveria apen<strong>as</strong> valorizá-lo. E, por se sentir <strong>as</strong>sim, se sente ainda<br />

pior.<br />

Como transformar a tragédia em algo positivo?<br />

Ela não sabe o que fazer.<br />

O que fazer?<br />

Nanette se vira e vai embora.

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