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No foguete rumo a esse lugar desconhecido onde ela<br />
está agora<br />
Após seis seman<strong>as</strong> vagando como um fant<strong>as</strong>ma pela escola, dez sessões de terapia<br />
e aproximadamente quarenta e du<strong>as</strong> partid<strong>as</strong> de Scrabble, Nanette sente que está<br />
bem o suficiente para visitar Oliver. Ela vai até a c<strong>as</strong>a dele em meados de<br />
dezembro. Uma fina camada de neve cobre o chão quando ela bate na janela do<br />
quarto do garoto.<br />
— Alex? — diz Oliver ao levantar a cortina, e Nanette vê a decepção no rosto<br />
dele.<br />
Ele abre a janela. Nanette entra.<br />
— Teve notíci<strong>as</strong> dele? — pergunta Oliver.<br />
— Não. E você?<br />
— Nem uma palavra.<br />
— Os bonitos deixaram você em paz?<br />
Nanette diz bonitos apen<strong>as</strong> porque não sabe que outra palavra empregar para<br />
se referir aos garotos que o atormentavam.<br />
— Aham. Tivemos que fazer um<strong>as</strong> reuniões com o orientador da escola, todo<br />
mundo sentado em círculo contando seus sentimentos. Os bonitos agora me<br />
tratam bem até demais.<br />
— Isso é bom, não é?<br />
— Não sei. Todo dia eles me perguntam como estou e se alguém anda<br />
mexendo comigo… como se fossem aparecer outros para me torturar. É meio<br />
esquisito. Acho que eu preferia quando eles eram maus comigo, por estranho<br />
que pareça. Sinto como se eu tivesse uma jiboia em volta do pescoço e ela<br />
fingisse que nunca vai me enforcar. O orientador deve estar alimentando a jiboia<br />
para mantê-la satisfeita, m<strong>as</strong> se algum dia ele parar… Não sei, não.
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