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E meio que odeio June por ter entendido isso antes de mim.<br />
Estou me sentindo uma idiota completa.<br />
— Quero que você faça esse experimento — diz June, e sugere que eu comece<br />
a pensar em mim na terceira pessoa: não como eu, m<strong>as</strong> como ela. — Nanette<br />
sabe muito bem tomar decisões pelos outros. Por exemplo, ela percebe com<br />
clareza que Alex não deveria ter feito o que fez. M<strong>as</strong> quando toma decisões pela<br />
primeira pessoa, Nanette não tem tanta segurança <strong>as</strong>sim. Então, por que não<br />
viver por um tempo na pele de uma terceira pessoa só para ver no que dá? Veja a<br />
si mesma como ela. Dirija-se a si mesma como Nanette em seu monólogo<br />
mental… aquel<strong>as</strong> fr<strong>as</strong>es que circulam pelo nosso cérebro o dia todo. Mate o eu.<br />
Você também pode escrever um diário na terceira pessoa. Você não é mais eu. É<br />
ela ou Nanette.<br />
— Acho que vou tentar. Ou devo dizer que ela vai tentar?<br />
— Nanette vai tentar — diz June. — Repita.<br />
Por que não?, penso.<br />
— Nanette vai tentar. Nanette agora existirá na terceira pessoa. Nanette<br />
O’Hare falará apen<strong>as</strong> na terceira pessoa. Nanette O’Hare irritará todo mundo<br />
falando sobre si mesma na terceira pessoa, e é capaz de ela até achar bem<br />
divertido.<br />
June sorri.<br />
— Vamos ver aonde isso nos leva.