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26<br />
Ele se tornou uma espécie de conceito<br />
Um ano após beijar o professor na sala de aula em pleno Dia dos Namorados,<br />
Nanette está jogando uma partida nada romântica de Scrabble com os pais<br />
quando alguém toca a campainha. Embora tenha decidido que sua relação com<br />
Alex chegou ao fim, seu coração dá um salto diante da possibilidade de ser ele.<br />
Ela se <strong>as</strong>susta ao se ver correndo para a porta. M<strong>as</strong> não é Alex.<br />
— Olá — diz um homem. — Nanette?<br />
— Sim?<br />
— Sou o pai do Alex.<br />
Ele usa um terno cinza-escuro e uma gravata vermelha novinha, o nó bem<br />
firme sob o queixo. Embora alto, parece um homem fraco, com um rosto<br />
comprido que de certa forma lembra uma cegonha.<br />
Talvez Alex tenha mandado mais poem<strong>as</strong>, ou uma carta, pensa Nanette, e seu<br />
coração acelera. Então ela repara que os olhos do sr. Redmer estão vermelhos.<br />
Ela começa a sentir que está sendo estrangulada.<br />
— Não sei o que Alex falou sobre mim para você — diz o sr. Redmer. —<br />
Meu filho, sabe… às vezes ele tinha dificuldade em se manter conectado com a<br />
realidade.<br />
Nanette sente um incômodo com o uso do verbo no p<strong>as</strong>sado. De repente ela<br />
se sente imobilizada, incapaz de falar ou de se mexer.<br />
— Desde garotinho, Alex tinha uma imaginação fértil… As idei<strong>as</strong> mais<br />
absurd<strong>as</strong>. Isso foi mais problemático do que positivo para ele, infelizmente. M<strong>as</strong><br />
estou pensando alto, perdão.<br />
Um rio de lágrim<strong>as</strong> corre pel<strong>as</strong> rug<strong>as</strong> do rosto dele.<br />
— O que aconteceu? — pergunta Nanette.<br />
— Alex foi… ele morreu.
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