REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

enquanto espaços nos quais as sociedades e os Estados se encontram, podem
desenvolver no sentido de promover a ideia de que a solidariedade cosmopolita
também pode ser despertada a partir do interior dessas mesmas comunidades
– o que por sua vez pressupõe a possibilidade de acesso livre e num prazo
razoável de tempo, a direitos de participação pública.
Três propostas “clássicas” na concretização dos ideais cosmopolitas
Em face do que se afirma, é então importante perguntar: em que medida
esta proposta se compatibiliza com a realização dos ideais cosmopolitas dentro
do Estado – partindo do princípio é claro de que estes são na nossa opinião
importantes de serem alcançados.
O projecto cosmopolita é na verdade uma ampla designação para um
conjunto de propostas distintas no tocante à realização de um ideal de ordem
global de paz, democracia e prosperidade. Basicamente, distinguem-se teses
top-down e as bottom-up, cada uma focando sobre diferentes instrumentos e
acções que podem em última instância garantir o desenvolvimento de tal
ordem.
DAVID HELD, por exemplo, é o grande entusiasta da democracia
cosmopolita desenvolvida no contexto de uma ordem mundial construída na
base do Direito Internacional e das instituições legais internacionais capazes de
ultrapassar os défices de paz e de cooperação sentidos na Ordem de
Westphalia.
APROXIMACIÓNS Á GOBERNANZA NA EURORREXIÓN GALIZA-NORTE DE PORTUGAL
Estará portanto na primeira fila dos apoiantes da Resolução 58/126
aprovada em 2004 pela Assembleia Geral para revitalização das suas formas de
trabalho.
Consciente porém das fragilidades de um sistema excessivamente
sustentado na ideia de uma institucionalidade global, e das questões que se
podem levantar sobre a dimensão do poder concedido a instituições globais
(criando quem sabe que novas formas de autoritarismo global), HELD avança
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