26.01.2015 Views

REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

imaginários. Neste sentido, todas as actuais leituras sobre cidadania pósnacional<br />

possuem uma dimensão normativa, pelo que a nossa não é por isso<br />

uma excepção.<br />

Por cidadania pós-nacional entende-se um estatuto legal que concede aos<br />

residentes de um Estado acesso a direitos económicos, sociais e políticos,<br />

independentemente da relação cidadão-nacionalidade 2 .<br />

Teoricamente, trata-se de um estatuto mais próximo da democratização<br />

dos princípios de participação pública (fundamentais como são ao efectivo<br />

concretização dos Direitos Humanos) ao permitirem a sua libertação da lógica<br />

excludente que guia o paradigma nacional. Repare-se que neste contexto, a<br />

pós-nacionalidade não surge como qualidade que adjectiva o nível espacial<br />

(trans-estatal, supra-estatal) a que a cidadania se refere; surge antes como<br />

2.<br />

Há deliberadamente um conjunto de questões que fica aqui por esclarecer. Desde logo,<br />

em relação ao acesso. O que se entende afinal por residência Qual o período que deverá<br />

definir a residência para efeitos de acesso a direitos políticos: 6 meses, 1 ano, ou 10<br />

anos (como no caso da Venezuela e de alguns Cantões Suíços) E relativamente ao<br />

acesso, deverá ser este restrito a residentes legais Atenda-se por exemplo ao referendo<br />

realizado em Novembro de 2004 em São Francisco, no qual surge a questão do acesso<br />

dos ilegais aos conselhos de decisão das escolas (como nota ainda, diga-se que no<br />

referendo de 2 de Novembro, 51% dos votantes contra 49% rejeitou a alínea F que<br />

uma vez aprovada permitiria a participação dos pais imigrantes em situação ilegal nas<br />

eleições escolares). Tudo isto para dizer que a questão da legalidade não é líquida na<br />

definição deste acesso desde logo a bens políticos. E quanto aos direitos políticos, estaremos<br />

aqui a falar de acesso a todos ou só alguns Então quais E porquê A verdade é<br />

que diferentes entendimentos quanto ao círculo da pós-nacionalidade a instituir implicam<br />

necessariamente diferentes níveis de adesão à lógica pós-nacional, e até em última<br />

instância a sua negação prática, ainda que possa parecer que existe uma adesão formal.<br />

Por outras palavras, facilmente se pode dizer que se é adepto da cidadania pós-nacional<br />

e até insistir em como esta está a ser aplicada em determinado contexto. Basta<br />

adoptar uma versão nivelada pelos índices mais baixos de abertura da cidadania, e em<br />

particular da sua dimensão política, aos não-nacionais. Tudo depende portanto da<br />

elasticidade que se pretende dar ao conceito, ou seja, até onde cada estado é capaz de<br />

o levar numa escala que vai desde um patamar residual de pós-nacionalidade, em que<br />

se encontram todos os constrangimentos típicos do paradigma nacional à admissão<br />

dos não-nacionais às esferas das decisões políticas, até patamares variáveis de pósnacionalidade<br />

em crescendo, com círculos cada vez mais includentes, que poderão até<br />

ignorar a questão da residência legal no acesso a certos direitos de participação local.<br />

APROXIMACIÓNS Á GOBERNANZA NA EURORREXIÓN GALIZA-NORTE DE PORTUGAL<br />

95

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!