REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

É um fluxo que se verifica ao nível da indústria, do comércio e das pescas,
bem como do turismo, sendo a Galiza cada vez mais um destino de lazer para
os portugueses e vice-versa.
No plano da sociedade civil, e para além do enquadramento institucional
que é dado pela Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, destacase
a cooperação cultural, como aquela que esteve na base da apresentação (à
UNESCO) de uma candidatura da tradição oral galaico-portuguesa a
património imaterial da humanidade.
A cooperação Galiza-Norte de Portugal, segundo FRAGA IRIBARNE
(1998: 199-209), “tem como coordenadas de referência a promoção da coesão
territorial”. Ela comporta projectos conjuntos (subsidiados no âmbito do
programa comunitário Interreg), acções coordenadas pela Comunidade de
Trabalho e iniciativas de carácter privado, como as do Eixo Atlântico. A euroregião
privilegia o contacto com as regiões que constituem o Arco Atlântico,
através da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas da Europa, com o
intuito de “reduzir a perificidade das regiões atlânticas e dotar esta grande zona
europeia de uma força muito importante no seio comunitário” (ainda nas
palavras daquele que exerceu durante dezasseis anos o cargo de presidente da
Junta da Galiza).
APROXIMACIÓNS Á GOBERNANZA NA EURORREXIÓN GALIZA-NORTE DE PORTUGAL
Geogovernança euro-regional
A afinidade linguística e cultural entre Portugal e a Galiza resultou numa
aproximação natural entre os dois povos, sobretudo a partir da democratização
dos regimes políticos nos respectivos Estados. A cooperação intensificou-se nos
últimos trinta anos e foi particularmente notória a partir da entrada de
Portugal e Espanha na Comunidade Europeia.
O facto de a Galiza ser uma Comunidade Autónoma no Estado espanhol
e não ter, do outro lado da fronteira, uma entidade regional afim, torna diálogo
institucional mais difícil com o Norte de Portugal. É que, enquanto que a
Junta da Galiza tem uma legitimidade democrática que advém da eleição
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