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REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

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PÓS-NACIONALIDADE EM DEFESA DO POTENCIAL COSMOPOLITA DO ESTADO<br />

também com a ideia de novas formas e níveis de governança, em que cada nível<br />

tem os seus próprios princípios de governança e poder limitado. Mas o que ele<br />

não explica é a questão prática mas vital de como tornar operacional e<br />

financeiramente suportável esta nova inter-conexão de poderes e níveis. E que<br />

desafios esta traria à própria ideia de Democracia e de soberania popular e<br />

daquilo que ele designa por sociedade civil global organizada. Ou seja, a<br />

governança global é aqui entendida como um sistema de relações entre todos<br />

os actores globais existentes, no qual todavia os actores globais nãogovernamentais,<br />

que emanam directamente da organização das forças das<br />

sociedades civis, têm um papel particularmente relevante na governança da<br />

globalização. É aqui que entram os movimentos sociais como os novos grandes<br />

actores políticos com um papel determinante na remodelação das agendas<br />

políticas internas e internacionais de outros actores, em particular dos estados<br />

e das OIGs. E neste sentido, a medida 17 inscrita no programa de reforma das<br />

NU, e que se debruça sobre formas de aprofundamento e melhoria das relações<br />

das NU com a sociedade civil, para FALK é apenas o resultado natural de uma<br />

evidência: a presença incontornável dessa mesma sociedade civil como actor<br />

político global.<br />

Ora, uma das falhas que FALK reconhece como presentes neste projecto<br />

para uma sociedade civil global forte, está precisamente na ausência de<br />

instrumentos que aumentem a capacidade de participação democrática dos<br />

cidadãos ao nível de instâncias globais – não é por acaso que os qautro<br />

parágrafos da medida 17, se centram prioritariamente nas ideias de criação de<br />

grupos de trabalho entre as NU e diferentes sectores da sociedade civil; e de<br />

criação de maiores oportunidades de cooperação tripartida entre as Nações<br />

Unidas, governos e sociedade civil. Aliás, vemos esta mesma tónica no<br />

Relatório “In larger Freedom: towards development, security and human<br />

rights for all” do Secretário-Geral das NU, recentemente publicado.<br />

Esta preocupação pelo reforço da sociedade civil como actor global<br />

entronca obviamente numa outra de maior significado e que se prende com a<br />

ideia da relação entre a legitimidade democrática do próprio sistema global e a<br />

presença do indivíduo para o efeito. Nesse sentido, autores como ARCHIBUGI,<br />

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