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REVISTA VIII.qxp - Eixo Atlantico

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É por conseguinte dentro do Estado e da sua sociedade em primeira<br />

instância que os esforços para reforçar a ideia de capacitação democrática do<br />

cidadão se devem concentrar em primeiro lugar, antes mesmo de pensarmos<br />

nessa capacitação a níveis supra e transnacionais. Tal com DOWER nota:<br />

“uma das melhores esperanças para o cosmopolitismo está na verdade na reorientação<br />

das prioridades nacionais a partir do interior” (2003: 45).<br />

3. Conclusões<br />

A lógica pós-nacional na relação Estado-sociedade (que passa pela<br />

desnacionalização dos direitos de cidadania, e sua emergência como Direitos<br />

Humanos acessíveis a todos os residentes de um Estado) não pretende pois de<br />

modo algum desvalorizar as propostas cosmopolitas. Antes procura realçar o<br />

potencial cosmopolita da democracia interna, partindo do princípio de que este<br />

é o melhor regime para a efectivação dos Direitos Humanos.<br />

Finalmente, importa não esquecer que em tudo o que fica dito, não é o<br />

ideal cosmopolita o objectivo: o objectivo dever ser sempre mais e melhor<br />

democracia. Ou seja, não é o cosmopolitismo em si que assegura a liberdade e<br />

a dignidade do indivíduo, e das sociedades, mas antes o efectivo cumprimento<br />

da ordem democrática. Por conseguinte, a promoção da ordem cosmopolita<br />

através de um sistema de governança global, seja este orientado por uma<br />

institucionalidade de topo, seja ele orientado pela força das relações<br />

transnacionais organizadas - deve ser a promoção de uma ordem mundial de<br />

paz onde todavia são a democracia e a liberdade, e não a paz em si mesma, que<br />

se apresentam como objectivos últimos das sociedades. Afinal, pode-se viver<br />

em paz até num regime ditatorial. Não é pela paz, mas sim pela liberdade,<br />

como o notava HANNAH ARENDT, e em particular pela liberdade política,<br />

que o indivíduo realiza a sua humanidade.<br />

APROXIMACIÓNS Á GOBERNANZA NA EURORREXIÓN GALIZA-NORTE DE PORTUGAL<br />

Neste sentido, e considerando que até ao momento nenhuma das<br />

propostas cosmopolitas existentes resolveu o problema de saber quais os<br />

padrões de democracia cuja manutenção a um nível de governança global seria<br />

absolutamente imprescindível, e como tais padrões seriam assegurados, torna-<br />

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