Do Belo Musical. Um Contributo para a Revisão da ... - LusoSofia
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<strong>Do</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Musical</strong> 7<br />
CAPÍTULO I<br />
a) Ponto de vista não científico <strong>da</strong> estética musical<br />
anterior<br />
Passou o tempo dos sistemas estéticos que abor<strong>da</strong>vam o belo apenas<br />
em relação com as "sensações"por ele suscita<strong>da</strong>s. O impulso <strong>para</strong> o<br />
conhecimento objectivo <strong>da</strong>s coisas, tanto quanto à inquirição humana é<br />
concedido, devia abalar um método que partia <strong>da</strong> sensação subjectiva<br />
<strong>para</strong>, após um passeio pela periferia do fenómeno investigado, retornar<br />
mais uma vez à sensação. Nenhuma sen<strong>da</strong> leva ao centro <strong>da</strong>s coisas,<br />
mas ca<strong>da</strong> uma deve <strong>para</strong> lá dirigir-se. A coragem e a capaci<strong>da</strong>de de<br />
pressionar as coisas, de in<strong>da</strong>gar aquilo que, se<strong>para</strong>do <strong>da</strong>s impressões<br />
muitíssimo mutáveis por elas exerci<strong>da</strong>s sobre o homem, constitui o seu<br />
elemento permanente, objectivo e dotado de imutável vali<strong>da</strong>de – caracterizam<br />
a ciência moderna nos seus mais diversos ramos.<br />
Esta orientação objectiva não podia deixar de bem depressa se comunicar<br />
à pesquisa do belo. O tratamento filosófico <strong>da</strong> estética, que<br />
por uma via metafísica tenta aproximar-se <strong>da</strong> essência do belo e regista<br />
os seus elementos últimos, é uma aquisição dos tempos modernos.<br />
Ao fim e ao cabo, também no tratamento <strong>da</strong>s questões estéticas, se<br />
deveria agora pre<strong>para</strong>r uma revolução na ciência que, em vez do princípio<br />
metafísico, proporcionasse uma influência poderosa e um predomínio,<br />
ao menos temporal, a uma intuição congénere do método indutivo<br />
<strong>da</strong>s ciências naturais – diante de nós estão os últimos píncaros <strong>da</strong> nossa<br />
ciência e afirmam <strong>para</strong> sempre o mérito imperecível de ter aniquilado o<br />
domínio <strong>da</strong> acientífica estética <strong>da</strong> sensação e explorado o belo nos seus<br />
elementos inerentes e puros.<br />
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