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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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elevá-los por sobre a cabeça da ciência. O céu nos aju<strong>de</strong> se chegarem a tal altura! Não haverá<br />

ceticismo <strong>do</strong>s assistentes em torno que os faça hesitar, nem clamor público que os faça parar.<br />

Serão sauda<strong>do</strong>s como liberta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> far<strong>do</strong> da servidão intelectual, alacremente aclama<strong>do</strong>s por<br />

toda a credulida<strong>de</strong> que se acha pronta e à mão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância da raça humana e a infância <strong>do</strong><br />

indivíduo. Po<strong>de</strong>rá seguir-se um temível colapso <strong>do</strong> pensamento crítico, <strong>do</strong>s padrões<br />

<strong>de</strong>terministas e da ciência mecanicista. Será possível ao méto<strong>do</strong> científico, por uma insistência<br />

inexorável sobre a magnitu<strong>de</strong> das forças, da massa e das qualida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> material em questão,<br />

impedir esse colapso?<br />

É vã esperança imaginar que o trabalho analítico, precisamente por relacionar-se com o<br />

misterioso inconsciente, po<strong>de</strong>rá escapar <strong>de</strong> um colapso <strong>de</strong> valores como esse. Se os seres<br />

espirituais, que são os amigos íntimos <strong>do</strong>s indaga<strong>do</strong>res humanos, po<strong>de</strong>m fornecer explicações<br />

<strong>de</strong>finitivas para tu<strong>do</strong>, nenhum interesse é capaz <strong>de</strong> sobrar para as laboriosas abordagens às<br />

forças mentais <strong>de</strong>sconhecidas efetuadas pela pesquisa analítica. Tanto assim, que os méto<strong>do</strong>s<br />

da técnica analítica serão aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s se houver uma esperança <strong>de</strong> entrar em contato direto<br />

com os espíritos operantes através <strong>de</strong> processos ocultos, tal como os hábitos <strong>do</strong> trabalho<br />

paciente e enfa<strong>do</strong>nho são aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> há a esperança <strong>de</strong> se ficar rico <strong>de</strong> um só golpe,<br />

mediante uma especulação bem-sucedida. Ouvimos falar, durante a guerra, <strong>de</strong> pessoas situadas<br />

no meio-termo entre duas nações hostis, pertencen<strong>do</strong> a uma <strong>de</strong>las pelo nascimento e à outra<br />

pela escolha e <strong>do</strong>micílio; foi seu <strong>de</strong>stino serem trata<strong>do</strong>s como inimigos, primeiro por um <strong>do</strong>s<br />

la<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>pois, se tinham a sorte <strong>de</strong> fugir, pelo outro. Essa po<strong>de</strong>rá igualmente ser a sorte da<br />

psicanálise. Contu<strong>do</strong>, há que suportar a própria sorte, seja ela qual for, e a psicanálise, <strong>de</strong> uma<br />

ou <strong>do</strong>utra forma, terá <strong>de</strong> chegar a um acor<strong>do</strong> com a sua.<br />

Retornemos à situação atual, à nossa tarefa imediata. No <strong>de</strong>curso <strong>do</strong>s últimos anos,<br />

efetuei algumas observações que não ocultarei, pelo menos <strong>do</strong> círculo mais chega<strong>do</strong> a mim. Um<br />

<strong>de</strong>sagra<strong>do</strong> <strong>de</strong> cair no que é atualmente uma corrente pre<strong>do</strong>minante, um temor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar o<br />

interesse da psicanálise e a total ausência <strong>de</strong> qualquer véu <strong>de</strong> discrição sobre o que tenho a<br />

dizer, tu<strong>do</strong> isso se combina, constituin<strong>do</strong> motivos para subtrair minhas observações <strong>de</strong> um<br />

público mais amplo. Meu material po<strong>de</strong> reivindicar duas vantagens que raramente estão<br />

presentes. Em primeiro lugar, ele está isento das incertezas e dúvidas a que se inclina a maioria<br />

das observações <strong>do</strong>s ocultistas e, em segun<strong>do</strong>, só <strong>de</strong>senvolve sua força convincente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

analiticamente elabora<strong>do</strong>. Consiste, <strong>de</strong>vo mencionar, em apenas <strong>do</strong>is casos <strong>de</strong> caráter<br />

semelhante; um terceiro caso, <strong>de</strong> outra espécie e aberto a uma avaliação diferente, é<br />

acrescenta<strong>do</strong> à maneira <strong>de</strong> apêndice. Os primeiros <strong>do</strong>is casos, que agora comunicarei<br />

minuciosamente, estão relaciona<strong>do</strong>s a acontecimentos <strong>do</strong> mesmo tipo, ou seja, a profecias feitas<br />

por adivinhos profissionais que não se realizaram. A <strong>de</strong>speito disso, essas profecias causaram<br />

impressão extraordinária nas pessoas a quem foram anunciadas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que sua relação com<br />

o futuro não po<strong>de</strong> constituir seu ponto essencial. Qualquer coisa capaz <strong>de</strong> contribuir para sua

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