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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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ilusão resi<strong>de</strong> em constituir ela uma maneira excelente <strong>de</strong> expressar a inclinação da irmã a<br />

i<strong>de</strong>ntificar-se com a mãe: ‘A senhora está ansiosa sobre o rapaz, mas eu sou a mãe <strong>de</strong>le<br />

realmente e seu grito se dirigia a mim; fui eu que recebi essa mensagem telepática.’ A irmã,<br />

naturalmente, rejeitaria firmemente nossa tentativa <strong>de</strong> explicação e aferrar-se-ia à crença na<br />

autenticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua experiência. Não po<strong>de</strong>ria, contu<strong>do</strong>, agir <strong>de</strong> outra forma. Estaria fadada a<br />

acreditar na realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> efeito patológico enquanto a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas premissas<br />

inconscientes lhe fosse <strong>de</strong>sconhecida. To<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>lírios semelhantes <strong>de</strong>rivam sua força e seu<br />

caráter inexpugnável <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> possuírem fonte na realida<strong>de</strong> psíquica inconsciente. Observo <strong>de</strong><br />

passagem que não nos cumpre explicar aqui a experiência da mãe ou investigar sua<br />

autenticida<strong>de</strong>.<br />

O irmão morto contu<strong>do</strong> não era apenas o filho imaginário <strong>de</strong> nossa correspon<strong>de</strong>nte;<br />

representava também um rival a quem havia encara<strong>do</strong> com ódio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia <strong>de</strong> seu nascimento.<br />

Proce<strong>de</strong> amplamente o fato <strong>de</strong> que a maioria <strong>de</strong> todas as notificações telepáticas se relacionam<br />

com a morte ou com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morte; quan<strong>do</strong> pacientes em análise se <strong>de</strong>têm contan<strong>do</strong>-<br />

nos da freqüência e da infalibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas sombrias previsões, po<strong>de</strong>mos com igual<br />

regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar-lhes que estão nutrin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> morte particularmente intensos em<br />

seus inconscientes contra suas relações mais chegadas e, assim, estiveram por muito tempo<br />

suprimin<strong>do</strong>-as. O paciente cuja história relatei em 1909 foi um exemplo apropria<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse<br />

aspecto: era chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> ‘abutre’ por suas relações. Mas quan<strong>do</strong> esse homem bon<strong>do</strong>so e<br />

altamente inteligente - que já pereceu na guerra - começou a fazer progressos no senti<strong>do</strong> da<br />

recuperação, forneceu-me ele uma assistência consi<strong>de</strong>rável no esclarecimento <strong>de</strong> seus próprios<br />

truques psicológicos conjurativos. Da mesma maneira, parece prescindir <strong>de</strong> outra explicação o<br />

relato forneci<strong>do</strong> pela carta <strong>de</strong> nosso primeiro correspon<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> como ele e os irmãos haviam<br />

recebi<strong>do</strong> a notícia da morte <strong>do</strong> irmão mais novo como algo <strong>de</strong> que há muito tempo estiveram<br />

interiormente cônscios [ver em [1]]. To<strong>do</strong>s os irmãos mais velhos teriam esta<strong>do</strong> igualmente<br />

convenci<strong>do</strong>s da superfluida<strong>de</strong> da chegada <strong>do</strong> mais jovem.<br />

Eis outra das ‘visões’ daquela que sonhou, que provavelmente se tornará mais inteligível<br />

à luz <strong>do</strong> conhecimento analítico. As amigas obviamente tinham gran<strong>de</strong> significação em sua vida<br />

emocional. Ainda há pouco a morte <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las lhe foi transmitida por uma batida, à noite, na<br />

cama <strong>de</strong> uma companheira <strong>de</strong> quarto no sanatório. Outra amiga, muitos anos antes, casara-se<br />

com um viúvo com muitos (cinco) filhos. Por ocasião <strong>de</strong> suas visitas à casa <strong>de</strong>les ela via<br />

regularmente a aparição <strong>de</strong> uma senhora, que não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> supor que fosse a primeira<br />

esposa <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>. Isso não permitiu a <strong>princípio</strong> confirmação e só virou certeza para ela sete<br />

anos mais tar<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> da <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> uma fotografia recente da falecida. Essa realização à<br />

guisa <strong>de</strong> uma visão por parte <strong>de</strong> nossa correspon<strong>de</strong>nte tinha a mesma <strong>de</strong>pendência íntima <strong>do</strong>s<br />

complexos familiares que nos são conheci<strong>do</strong>s, que o seu pressentimento da morte <strong>do</strong> irmão.<br />

I<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong>-se com a amiga, podia, na pessoa <strong>de</strong>sta, encontrar a realização <strong>de</strong> seus próprios

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