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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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om objeto para comparação com uma formação <strong>de</strong> <strong>grupo</strong>, porque é mais verda<strong>de</strong>iro dizer que<br />

ela é idêntica a essa última. Da complicada textura <strong>do</strong> <strong>grupo</strong>, ela isola um elemento para nós: o<br />

comportamento <strong>do</strong> indivíduo em relação ao lí<strong>de</strong>r. A hipnose é distinguida da formação <strong>de</strong> <strong>grupo</strong><br />

por esta limitação <strong>de</strong> número, tal como se distingue <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> estar aman<strong>do</strong> pela ausência <strong>de</strong><br />

inclinações diretamente sexuais. A esse respeito, ocupa uma posição intermediária entre ambos.<br />

É interessante ver que são precisamente esses impulsos sexuais inibi<strong>do</strong>s em seus<br />

objetivos que conseguem tais laços permanentes entre as pessoas. Porém isso po<strong>de</strong> ser<br />

facilmente compreendi<strong>do</strong> pelo fato <strong>de</strong> não serem capazes <strong>de</strong> satisfação completa, ao passo que<br />

os impulsos sexuais <strong>de</strong>sinibi<strong>do</strong>s em seus objetivos sofrem uma redução extraordinária mediante<br />

a <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> energia, sempre que o objetivo sexual é atingi<strong>do</strong>. É o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> amor sensual<br />

extinguir-se quan<strong>do</strong> se satisfaz; para que possa durar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início tem <strong>de</strong> estar mescla<strong>do</strong> com<br />

componentes puramente afetuosos - isto é, que se acham inibi<strong>do</strong>s em seus objetivos - ou <strong>de</strong>ve,<br />

ele próprio, sofrer uma transformação <strong>de</strong>sse tipo.<br />

A hipnose solucionaria imediatamente o enigma da constituição libidinal <strong>do</strong>s <strong>grupo</strong>s, não<br />

fosse pelo fato <strong>de</strong> ela própria apresentar alguns aspectos não atendi<strong>do</strong>s pela explicação racional<br />

que <strong>de</strong>la vimos fornecen<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> estar aman<strong>do</strong> sem as tendências<br />

diretamente sexuais. Nela ainda existe muita coisa que <strong>de</strong>vemos reconhecer como inexplicada e<br />

misteriosa. A hipnose contém um elemento adicional <strong>de</strong> paralisia <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> da relação entre<br />

alguém com po<strong>de</strong>res superiores e alguém que está sem po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>sampara<strong>do</strong> - o que po<strong>de</strong><br />

facultar uma transição para a hipnose <strong>do</strong> susto que ocorre nos animais. A maneira pela qual a<br />

hipnose é produzida e sua relação com o sono não são claras e o mo<strong>do</strong> enigmático pelo qual<br />

algumas pessoas lhe estão sujeitas, enquanto outras lhe resistem completamente, indica algum<br />

fator <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> nela compreendi<strong>do</strong> que, sozinho, talvez torne possível a pureza das atitu<strong>de</strong>s<br />

da libi<strong>do</strong> que ela apresenta. É <strong>de</strong> notar que, mesmo existin<strong>do</strong> uma completa submissão<br />

sugestiva sob <strong>outros</strong> aspectos, a consciência moral da pessoa hipnotizada po<strong>de</strong> apresentar<br />

resistência. Porém, é possível que isso se atribua ao fato <strong>de</strong> que na hipnose, tal como é<br />

habitualmente praticada, po<strong>de</strong> ser manti<strong>do</strong> um certo conhecimento <strong>de</strong> que o que está<br />

acontecen<strong>do</strong> seja apenas um jogo, uma reprodução inverídica <strong>de</strong> outra situação muito mais<br />

importante para a vida.<br />

Após as discussões anteriores, estamos, no entanto, em perfeita posição <strong>de</strong> fornecer a<br />

fórmula para a constituição libidinal <strong>do</strong>s <strong>grupo</strong>s, ou, pelo menos, <strong>de</strong> <strong>grupo</strong>s como os que até aqui<br />

consi<strong>de</strong>ramos, ou seja, aqueles <strong>grupo</strong>s que têm um lí<strong>de</strong>r e não pu<strong>de</strong>ram, mediante uma<br />

‘organização’ <strong>de</strong>masiada, adquirir secundariamente as características <strong>de</strong> um indivíduo. Um<br />

<strong>grupo</strong> primário <strong>de</strong>sse tipo é um certo número <strong>de</strong> indivíduos que colocaram um só e mesmo<br />

objeto no lugar <strong>de</strong> seu i<strong>de</strong>al <strong>do</strong> ego e, conseqüentemente, se i<strong>de</strong>ntificaram uns com os <strong>outros</strong><br />

em seu ego. Esta condição admite uma representação gráfica.

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