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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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uma analogia significante com outro sobre certo ponto, em nosso exemplo sobre a receptivida<strong>de</strong><br />

a uma emoção semelhante. Uma i<strong>de</strong>ntificação é logo após construída sobre esse ponto e, sob a<br />

influência da situação patogênica, <strong>de</strong>slocada para o sintoma que o primeiro ego produziu. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação por meio <strong>do</strong> sintoma tornou-se assim o sinal <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> coincidência entre os<br />

<strong>do</strong>is egos, sinal que tem <strong>de</strong> ser manti<strong>do</strong> reprimi<strong>do</strong>.<br />

O que apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ssas três fontes po<strong>de</strong> ser assim resumi<strong>do</strong>: primeiro, a i<strong>de</strong>ntificação<br />

constitui a forma original <strong>de</strong> laço emocional com um objeto; segun<strong>do</strong>, <strong>de</strong> maneira regressiva, ela<br />

se torna sucedâneo para uma vinculação <strong>de</strong> objeto libidinal, por assim dizer, por meio <strong>de</strong><br />

introjeção <strong>do</strong> objeto no ego; e, terceiro, po<strong>de</strong> surgir com qualquer nova percepção <strong>de</strong> uma<br />

qualida<strong>de</strong> comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto <strong>de</strong> instinto sexual.<br />

Quanto mais importante essa qualida<strong>de</strong> comum é, mais bem-sucedida po<strong>de</strong> tornar-se essa<br />

i<strong>de</strong>ntificação parcial, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> representar assim o início <strong>de</strong> um novo laço.<br />

Já começamos a adivinhar que o laço mútuo existente entre os membros <strong>de</strong> um <strong>grupo</strong> é<br />

da natureza <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sse tipo, baseada numa importante qualida<strong>de</strong> emocional<br />

comum, e po<strong>de</strong>mos suspeitar que essa qualida<strong>de</strong> comum resi<strong>de</strong> na natureza <strong>do</strong> laço com o lí<strong>de</strong>r.<br />

Outra suspeita po<strong>de</strong> dizer-nos que estamos longe <strong>de</strong> haver exauri<strong>do</strong> o problema da i<strong>de</strong>ntificação<br />

e que nos <strong>de</strong>frontamos com o processo que a <strong>psicologia</strong> chama <strong>de</strong> ‘empatia’ [Einfühlung] o qual<br />

<strong>de</strong>sempenha o maior papel em nosso entendimento <strong>do</strong> que é inerentemente estranho ao nosso<br />

ego nas outras pessoas. Aqui, porém, teremos <strong>de</strong> nos limitar aos efeitos emocionais imediatos<br />

da i<strong>de</strong>ntificação, e <strong>de</strong>ixaremos <strong>de</strong> la<strong>do</strong> sua significação em nossa vida intelectual.<br />

A pesquisa psicanalítica, que já atacou ocasionalmente os mais difíceis problemas das<br />

psicoses, também pô<strong>de</strong> mostrar-nos a i<strong>de</strong>ntificação em alguns <strong>outros</strong> casos que não são<br />

imediatamente compreensíveis. Tratarei <strong>de</strong> <strong>do</strong>is <strong>de</strong>les em pormenor, como material para nossa<br />

consi<strong>de</strong>ração posterior.<br />

A gênese <strong>do</strong> homossexualismo masculino, em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casos, é a<br />

seguinte: um jovem esteve inusitadamente e por longo tempo fixa<strong>do</strong> em sua mãe, no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

complexo <strong>de</strong> Édipo. Finalmente, porém, após o término da puberda<strong>de</strong>, chega a ocasião <strong>de</strong> trocar<br />

a mãe por algum outro objeto sexual. As coisas sofrem uma virada repentina: o jovem não<br />

aban<strong>do</strong>na a mãe, mas i<strong>de</strong>ntifica-se com ela; transforma-se e procura então objetos que possam<br />

substituir o seu ego para ele, objetos aos quais possa conce<strong>de</strong>r um amor e um carinho iguais<br />

aos que recebeu <strong>de</strong> sua mãe. Trata-se <strong>de</strong> processo freqüente, que po<strong>de</strong> ser confirma<strong>do</strong> tão<br />

amiú<strong>de</strong> quanto se queira, e que, naturalmente, é inteiramente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qualquer<br />

hipótese que se possa efetuar quanto à força orgânica impulsora e aos motivos <strong>de</strong> repentina<br />

transformação. Uma coisa notável sobre essa i<strong>de</strong>ntificação é sua ampla escala; ela remolda o<br />

ego em um <strong>de</strong> seus mais importantes aspectos, em seu caráter sexual, segun<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong><br />

que até então constituíra o objeto. Neste processo, o objeto em si mesmo é renuncia<strong>do</strong>, se<br />

inteiramente ou se no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser preserva<strong>do</strong> apenas no inconsciente sen<strong>do</strong> uma questão

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