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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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danos a si próprio aparentemente aci<strong>de</strong>ntais e, finalmente, movimentos habituais efetua<strong>do</strong>s<br />

aparentemente sem intenção ou brincan<strong>do</strong>, melodias murmuradas ‘sem pensar’ etc. To<strong>do</strong>s foram<br />

<strong>de</strong>spi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sua explicação fisiológica, se é que alguma fora um dia tentada, <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s<br />

como estritamente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s e revela<strong>do</strong>s como expressão <strong>de</strong> intenções suprimidas <strong>do</strong><br />

sujeito ou como o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um embate entre duas intenções, uma das quais era permanente<br />

ou temporariamente inconsciente. A importância <strong>de</strong>ssa contribuição para a <strong>psicologia</strong> foi <strong>de</strong><br />

muitos tipos. O âmbito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminismo mental foi por ela amplia<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira imprevista; o<br />

suposto abismo existente entre os fatos mentais normais e patológicos se estreitou, em muitos<br />

casos logrou-se uma compreensão útil ao jogo das forças mentais que se <strong>de</strong>ve suspeitar existir<br />

por trás <strong>do</strong>s fenômenos. Finalmente, foi trazida à luz uma classe <strong>de</strong> material que se adapta<br />

melhor que qualquer outra para estimular a crença na existência <strong>de</strong> atos mentais inconscientes<br />

mesmo em pessoas a quem a hipótese <strong>de</strong> algo ao mesmo tempo mental e inconsciente parece<br />

estranha, e até absurda. O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> nossas próprias parapraxias e atos fortuitos, para o qual a<br />

maioria das pessoas possui amplas oportunida<strong>de</strong>s, é ainda hoje a melhor preparação para uma<br />

abordagem da psicanálise. No tratamento analítico, a interpretação das parapraxias retém seu<br />

lugar como meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong> inconsciente, juntamente com a interpretação das<br />

associações, imensuravelmente mais importante.<br />

A Interpretação <strong>de</strong> Sonhos. - Uma nova abordagem às profun<strong>de</strong>zas da vida mental<br />

inaugurou-se quan<strong>do</strong> a técnica da associação livre foi aplicada aos sonhos, fossem os nossos<br />

próprios ou os <strong>do</strong>s pacientes em análise. Na realida<strong>de</strong>, a maior e melhor parte <strong>do</strong> que sabemos<br />

<strong>do</strong>s processos nos níveis inconscientes da mente <strong>de</strong>riva-se da interpretação <strong>do</strong>s sonhos. A<br />

psicanálise restaurou aos sonhos a importância que lhes era geralmente atribuída nos tempos<br />

passa<strong>do</strong>s, mas os trata <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> diferente. Não se apóia na perícia <strong>do</strong> intérprete onírico, mas, na<br />

maior parte, entrega a tarefa àquele mesmo que sonhou, pedin<strong>do</strong>-lhe suas associações aos<br />

elementos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> sonho. Levan<strong>do</strong> essas associações mais além, logramos<br />

conhecimento <strong>de</strong> pensamentos que coinci<strong>de</strong>m inteiramente com o sonho, mas que po<strong>de</strong>m ser<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s - até certo ponto - como partes genuínas e completamente inteligíveis da ativida<strong>de</strong><br />

mental <strong>de</strong>sperta. Assim, o sonho relembra<strong>do</strong> surge como o conteú<strong>do</strong> onírico manifesto, em<br />

contraste com os pensamentos oníricos latentes, <strong>de</strong>scobertos pela interpretação. O processo<br />

que transformou os últimos no primeiro, isto é, no ‘sonho’, e que é <strong>de</strong>sfeito pelo trabalho da<br />

interpretação, po<strong>de</strong> ser chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> ‘elaboração onírica‘<br />

Também <strong>de</strong>screvemos os pensamentos oníricos latentes, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua vinculação com a<br />

vida <strong>de</strong> vigília, como ‘resíduos <strong>do</strong> dia [anterior]’. Pela operação da elaboração onírica (à qual<br />

seria inteiramente incorreto atribuir qualquer caráter ‘criativo’), os pensamentos oníricos latentes<br />

se con<strong>de</strong>nsam <strong>de</strong> uma maneira notável, <strong>de</strong>formam-se pelo <strong>de</strong>slocamento das intensida<strong>de</strong>s<br />

psíquicas e dispõem-se com vistas a serem representa<strong>do</strong>s em quadros visuais. <strong>Além</strong> <strong>de</strong> tu<strong>do</strong><br />

isso, antes que se chegue ao sonho manifesto, são submeti<strong>do</strong>s a um processo <strong>de</strong> revisão

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