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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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aparece realmente no material em estu<strong>do</strong> (pág. 223). Provas internas <strong>de</strong>monstram que foi<br />

projeta<strong>do</strong> como uma conferência, e no manuscrito original (bem como nas edições <strong>de</strong> 1922 e<br />

1925) as palavras ‘conferência proferida perante a Socieda<strong>de</strong> Psicanalítica <strong>de</strong> Viena’ ocorrem<br />

abaixo <strong>do</strong> título. Por outro la<strong>do</strong>, as minutas publicadas da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viena não fornecem<br />

provas <strong>de</strong> que o trabalho tenha si<strong>do</strong> li<strong>do</strong> perante ela. Parece provável que a intenção <strong>de</strong> Freud<br />

em lê-la foi por alguma razão aban<strong>do</strong>nada, após o primeiro número <strong>de</strong> Imago <strong>de</strong> 1922 já se<br />

achar composto.<br />

SONHOS E TELEPATIA<br />

Atualmente, quan<strong>do</strong> se sente tão gran<strong>de</strong> interesse pelo que é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> fenômenos<br />

‘ocultos’, expectativas muito <strong>de</strong>finidas serão indubitavelmente <strong>de</strong>spertadas pelo anúncio <strong>de</strong> um<br />

artigo com esse título. Não obstante, apresso-me em explicar que não há fundamento para tais<br />

expectativas. Nada apren<strong>de</strong>rão, <strong>de</strong>ste meu trabalho, sobre o enigma da telepatia; na verda<strong>de</strong>,<br />

nem mesmo <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>rão se acredito ou não em sua existência. Nesta ocasião, propus-me a<br />

tarefa muito mo<strong>de</strong>sta <strong>de</strong> examinar a relação das ocorrências telepáticas em causa, seja qual for<br />

sua origem, com os sonhos, ou, mais exatamente, com nossa teoria <strong>do</strong>s sonhos. Saberão que<br />

comumente se acredita ser muito íntima a conexão entre sonhos e telepatia; apresentarei a<br />

opinião <strong>de</strong> que ambos pouco têm a ver reciprocamente, e que, viesse a existência <strong>de</strong> sonhos<br />

telepáticos a ser estabelecida, não haveria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modificar nossa concepção <strong>do</strong>s<br />

sonhos, em absoluto.<br />

O material em que se baseia o presente relato é muito tênue. Em primeiro lugar, <strong>de</strong>vo<br />

expressar meu pesar <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r fazer uso <strong>de</strong> meus próprios sonhos, como fiz quan<strong>do</strong> escrevi<br />

A Interpretação <strong>de</strong> Sonhos (1900a). Porém, nunca tive um sonho ‘telepático’. Não que eu<br />

passasse sem sonhos <strong>do</strong> tipo que transmitem a impressão <strong>de</strong> que um certo evento <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> está<br />

acontecen<strong>do</strong> em algum lugar distante, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> ao que sonha <strong>de</strong>cidir se o fato está acontecen<strong>do</strong><br />

naquele momento ou acontecerá em alguma época posterior. Também na vida <strong>de</strong>sperta amiú<strong>de</strong><br />

me <strong>de</strong>i conta <strong>de</strong> pressentimentos <strong>de</strong> acontecimentos distantes. Contu<strong>do</strong>, nenhuma <strong>de</strong>ssas<br />

impressões, previsões e premonições se ‘realizaram’, como dizemos; não se <strong>de</strong>monstrou existir<br />

uma realida<strong>de</strong> externa correspon<strong>de</strong>nte a elas e, portanto, tiveram <strong>de</strong> ser encaradas como<br />

previsões puramente subjetivas.<br />

Sonhei certa vez, por exemplo, durante a guerra, que um <strong>de</strong> meus filhos então servin<strong>do</strong><br />

na frente <strong>de</strong> batalha fora morto. Isso não estava diretamente enuncia<strong>do</strong> no sonho, mas expresso<br />

<strong>de</strong> uma maneira inequívoca através <strong>do</strong> bem conheci<strong>do</strong> simbolismo <strong>de</strong> morte, cuja <strong>de</strong>scrição foi<br />

dada pela primeira vez por Stekel [1911a]. (Não <strong>de</strong>vemos nos esquecer <strong>de</strong> cumprir o <strong>de</strong>ver, que<br />

amiú<strong>de</strong> se sente ser inconveniente, <strong>de</strong> apresentar agra<strong>de</strong>cimentos literários.) Vi o jovem solda<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> pé sobre um patamar, entre a terra e a água, digamos, e ele me apareceu muito páli<strong>do</strong>. Falei-

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