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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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Assim não parece impossível que essa sugestão possa ter trazi<strong>do</strong> à luz o fragmento <strong>de</strong><br />

criptoamnésia que em tantos casos se po<strong>de</strong> suspeitar jazer por trás da originalida<strong>de</strong> aparente.<br />

ASSOCIAÇÕES DE UMA CRIANÇA DE QUATRO ANOS DE IDADE (1920)<br />

Aqui temos parte da carta <strong>de</strong> uma mãe americana: ‘Tenho <strong>de</strong> contar-lhe o que minha<br />

garotinha disse ontem. Ainda não me recobrei <strong>de</strong> meu espanto. A prima Emily estava falan<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

como ia arranjar um apartamento, ao que a criança comentou: “Se Emily se casar, vai ter um<br />

bebê.” Fiquei muito surpresa e perguntei-lhe: “Ora, como é que você sabe disso?” Ela<br />

respon<strong>de</strong>u: “Bem, quan<strong>do</strong> alguém se casa, surge sempre um bebê.” Repeti: “Mas como é que<br />

você po<strong>de</strong> dizer isso?” E a menina respon<strong>de</strong>u: “Ora, eu sei uma porção <strong>de</strong> outras coisas. Sei que<br />

as árvores crescem in the ground.” Que estranha associação! Era precisamente o que pretendia<br />

dizer-lhe algum dia, a título <strong>de</strong> esclarecimento. E então prosseguiu: “E sei que é Deus que<br />

makes the world.” Quan<strong>do</strong> fala assim, mal posso acreditar que não tem ainda 4 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.’<br />

A própria mãe parece ter entendi<strong>do</strong> a transição da primeira observação da criança para a<br />

segunda. O que estava tentan<strong>do</strong> dizer era: ‘Sei que os bebês crescem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas mães.’<br />

Não expressava esse conhecimento diretamente, mas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> simbólico, substituin<strong>do</strong> a mãe<br />

pela Mãe Terra. Já apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> numerosas observações incontestáveis a ida<strong>de</strong> precoce em<br />

que as crianças sabem como utilizar-se <strong>de</strong> símbolos. Mas a terceira observação da garotinha<br />

leva avante o mesmo contexto. Só po<strong>de</strong>mos supor que estava tentan<strong>do</strong> transmitir um outro<br />

fragmento <strong>de</strong> seu conhecimento sobre a origem <strong>do</strong>s bebês: ‘Sei que tu<strong>do</strong> é obra <strong>do</strong> pai.’ Desta<br />

vez, porém, substituía o pensamento direto pela sublimação apropriada: que Deus faz o mun<strong>do</strong>.<br />

DR. ANTON VON FREUND (1920)<br />

O Dr. Anton von Freund, que foi Secretário Geral da Associação Psicanalítica<br />

Internacional <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Congresso <strong>de</strong> Budapest em setembro <strong>de</strong> 1918, faleceu em 20 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1920, num sanatório <strong>de</strong> Viena, alguns dias após completar seu quadragésimo ano <strong>de</strong> vida.<br />

Era o mais vigoroso promotor <strong>de</strong> nossa ciência e uma <strong>de</strong> suas esperanças mais brilhantes.<br />

Nasci<strong>do</strong> em Budapest em 1880, obteve um <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> em filosofia. Pretendia tornar-se professor,<br />

mas foi persuadi<strong>do</strong> a ingressar na empresa industrial <strong>de</strong> seu pai. Entretanto, os gran<strong>de</strong>s<br />

sucessos que conseguiu como industrial e organiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ixavam <strong>de</strong> satisfazer as duas<br />

necessida<strong>de</strong>s que se achavam ativas nas profun<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> sua natureza: <strong>de</strong> beneficência social e

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