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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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partes são os órgãos <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s, que consistem essencialmente em aparelhos para a<br />

recepção <strong>de</strong> certos efeitos específicos <strong>de</strong> estimulação, mas que também incluem disposições<br />

especiais para maior proteção contra quantida<strong>de</strong>s excessivas <strong>de</strong> estimulação e para a exclusão<br />

<strong>de</strong> tipos inapropria<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estímulos. É característico <strong>de</strong>les tratarem apenas com quantida<strong>de</strong>s<br />

muito pequenas <strong>de</strong> estimulação externa e apenas apanharem amostras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo.<br />

Po<strong>de</strong>m ser talvez compara<strong>do</strong>s a tentáculos que estão sempre efetuan<strong>do</strong> avanços experimentais<br />

no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo, e então retiran<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>le.<br />

Nesse ponto, aventurar-me-ei a aflorar por um momento um assunto que mereceria<br />

tratamento mais exaustivo. Em conseqüência <strong>de</strong> certas <strong>de</strong>scobertas psicanalíticas, encontramo-<br />

nos hoje em posição <strong>de</strong> empenhar-nos num estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> teorema kantiano segun<strong>do</strong> o qual tempo e<br />

espaço são ‘formas necessárias <strong>de</strong> pensamento’. Apren<strong>de</strong>mos que os processos mentais<br />

inconscientes são, em si mesmos, ‘intemporais’. Isso significa, em primeiro lugar, que não são<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s temporalmente, que o tempo <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> algum os altera e que a idéia <strong>de</strong> tempo não<br />

lhes po<strong>de</strong> ser aplicada. Trata-se <strong>de</strong> características negativas que só po<strong>de</strong>m ser claramente<br />

entendidas se se fizer uma comparação com os processos mentais conscientes. Por outro la<strong>do</strong>,<br />

nossa idéia abstrata <strong>de</strong> tempo parece ser integralmente <strong>de</strong>rivada <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento<br />

<strong>do</strong> sistema Pcpt.-Cs. e correspon<strong>de</strong>r a uma percepção <strong>de</strong> sua própria parte nesse méto<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

funcionamento, o qual po<strong>de</strong> talvez constituir uma outra maneira <strong>de</strong> fornecer um escu<strong>do</strong> contra os<br />

estímulos. Sei que essas observações <strong>de</strong>vem soar muito obscuras, mas tenho <strong>de</strong> limitar-me a<br />

essas sugestões.<br />

Indicamos como a vesícula viva está provida <strong>de</strong> um escu<strong>do</strong> contra os estímulos<br />

provenientes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> externo e mostramos anteriormente que a camada cortical seguinte a<br />

esse escu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser diferenciada como um órgão para a recepção <strong>de</strong> estímulos <strong>do</strong> exterior.<br />

Esse córtex sensitivo, contu<strong>do</strong>, que posteriormente <strong>de</strong>ve tornar-se o sistema Cs., também<br />

recebe excitações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o interior. A situação <strong>do</strong> sistema, entre o exterior e o interior, e a<br />

diferença entre as condições que regem a recepção <strong>de</strong> excitações nos <strong>do</strong>is casos, têm um efeito<br />

<strong>de</strong>cisivo sobre o funcionamento <strong>do</strong> sistema e <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o aparelho mental. No senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> exterior,<br />

acha-se resguarda<strong>do</strong> contra os estímulos, e as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> excitação que sobre ele inci<strong>de</strong>m<br />

possuem apenas efeito reduzi<strong>do</strong>. No senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> interior, não po<strong>de</strong> haver esse escu<strong>do</strong>; as<br />

excitações das camadas mais profundas esten<strong>de</strong>m-se para o sistema diretamente e em<br />

quantida<strong>de</strong> não reduzida, até on<strong>de</strong> algumas <strong>de</strong> suas características dão origem a sentimentos da<br />

série <strong>prazer</strong>-<strong>de</strong>s<strong>prazer</strong>. As excitações que provêm <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, entretanto, em sua intensida<strong>de</strong> e<br />

em <strong>outros</strong> aspectos qualitativos - em sua amplitu<strong>de</strong>, talvez -, são mais comensuradas com o<br />

méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> funcionamento <strong>do</strong> sistema <strong>do</strong> que os estímulos que afluem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mun<strong>do</strong> externo.<br />

Esse esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas produz <strong>do</strong>is resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Primeiramente, os sentimentos <strong>de</strong><br />

<strong>prazer</strong> e <strong>de</strong>s<strong>prazer</strong> (que constituem um índice <strong>do</strong> que está acontecen<strong>do</strong> no interior <strong>do</strong> aparelho)<br />

pre<strong>do</strong>minam sobre to<strong>do</strong>s os estímulos externos. Em segun<strong>do</strong> lugar, é a<strong>do</strong>tada uma maneira

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