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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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sexual encontra satisfação em alguma realização que não é mais sexual, mas <strong>de</strong> uma valoração<br />

social ou ética superior. Esses diferentes aspectos ainda não se combinam para formar um<br />

quadro integral.<br />

Narcisismo. - Um progresso <strong>de</strong>cisivo foi realiza<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se aventurou a análise da<br />

<strong>de</strong>mência precoce e <strong>outros</strong> distúrbios psicóticos e assim o exame foi inicia<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio ego, que<br />

até então fora conheci<strong>do</strong> apenas como instância da repressão e da oposição. Descobriu-se que<br />

o processo patogênico na <strong>de</strong>mência precoce é a retirada da libi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s objetos e sua introdução<br />

no ego, ao passo que os sintomas clamorosos da moléstia surgem <strong>do</strong>s vãos esforços da libi<strong>do</strong><br />

para encontrar um caminho <strong>de</strong> volta aos objetos. Mostrou-se assim ser possível à libi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

objeto transformar-se em catexia <strong>do</strong> ego e vice-versa. Uma reflexão mais <strong>de</strong>tida <strong>de</strong>monstrou que<br />

foi preciso presumir que esse processo ocorre na maior escala e que o ego <strong>de</strong>ve ser encara<strong>do</strong><br />

como um gran<strong>de</strong> reservatório <strong>de</strong> libi<strong>do</strong>, <strong>do</strong> qual a libi<strong>do</strong> é enviada para os objetos, e que sempre<br />

está pronto a absorver a libi<strong>do</strong> que flui <strong>de</strong> volta <strong>do</strong>s objetos. Assim, os instintos <strong>de</strong><br />

autopreservação também eram <strong>de</strong> natureza libidinal: eram instintos sexuais que, em vez <strong>de</strong><br />

objetos externos, haviam toma<strong>do</strong> o próprio ego <strong>do</strong> sujeito como objeto. A experiência clínica<br />

familiarizou-nos com as pessoas que se comportam <strong>de</strong> uma maneira notável, como se<br />

estivessem enamoradas <strong>de</strong> si mesmas, e essa perversão recebeu o nome <strong>de</strong> narcisismo. A<br />

libi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s instintos autopreservativos foi então <strong>de</strong>scrita como libi<strong>do</strong> narcísica e reconheceu-se<br />

que um eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong>sse auto-amor constituía o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas primário e normal. A<br />

fórmula primitiva estabelecida para as neuroses <strong>de</strong> transferência conseqüentemente exigia ser<br />

modificada, embora não corrigida. Era melhor, em vez <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> um conflito entre instintos<br />

sexuais e instintos <strong>do</strong> ego, falar <strong>de</strong> um conflito entre libi<strong>do</strong> <strong>de</strong> objeto e libi<strong>do</strong> <strong>de</strong> ego, ou, <strong>de</strong> vez<br />

que era a mesma a natureza <strong>de</strong>sses instintos, conflito entre as catexias <strong>de</strong> objeto e o ego.<br />

Abordagem Aparente às Opiniões <strong>de</strong> Jung. - À vista disso, parecia como se o lento<br />

processo da pesquisa psicanalítica estivesse seguin<strong>do</strong> os passos da especulação <strong>de</strong> Jung sobre<br />

uma libi<strong>do</strong> primitiva especialmente porque a transformação da libi<strong>do</strong> <strong>de</strong> objeto em narcisismo<br />

necessariamente portava consigo certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssexualismo ou aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong>s objetivos<br />

especificamente sexuais. Não obstante, há <strong>de</strong> se ter em mente que o fato <strong>de</strong> os instintos<br />

autopreservativos <strong>do</strong> ego serem reconheci<strong>do</strong>s como libidinais não prova necessariamente que<br />

não existam <strong>outros</strong> instintos funcionan<strong>do</strong> no ego.<br />

O Instinto Gregário. - Sustentou-se, em muitos <strong>grupo</strong>s, que existe um ‘instinto gregário’<br />

especial, inato e não mais analisável, que <strong>de</strong>termina o comportamento social <strong>do</strong>s seres humanos<br />

e impele os indivíduos a se reunirem em comunida<strong>de</strong>s maiores. A psicanálise está em<br />

contradição com essa opinião. Mesmo que o instinto social seja inato, ele po<strong>de</strong>, sem qualquer<br />

dificulda<strong>de</strong>, ser remeti<strong>do</strong> ao que originalmente constituíam catexias <strong>de</strong> objeto libidinais e po<strong>de</strong><br />

ter-se <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na infância <strong>do</strong> indivíduo como uma formação reativa contra atitu<strong>de</strong>s hostis<br />

<strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong>. Ele se baseia num tipo peculiar <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com outras pessoas.

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