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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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que sonha, sem entendê-los, e para os quais, via <strong>de</strong> regra, não oferece associações. Sua<br />

tradução tem <strong>de</strong> ser forncida pelo analista, que, por si próprio, só po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobri-la<br />

empiricamente, ajustan<strong>do</strong>-a experimentalmente ao contexto. Descobriu-se posteriormente que o<br />

hábito lingüístico, a mitologia e o folclore apresentam as mais amplas analogias com os símbolos<br />

oníricos. Os símbolos, que levantam os problemas mais interessantes, até agora insoluciona<strong>do</strong>s,<br />

parecem ser um fragmento <strong>de</strong> uma aparelhagem mental herdada e extremamente antiga. O<br />

emprego <strong>de</strong> um simbolismo comum esten<strong>de</strong>-se muito além <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> uma linguagem comum.<br />

A Significação Etiológica da Vida Sexual. - A segunda novida<strong>de</strong> que surgiu após a<br />

técnica hipnótica ter si<strong>do</strong> substituída pela associação livre, foi <strong>de</strong> natureza clínica, haven<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>scoberta no <strong>de</strong>curso da prolongada busca das experiências traumáticas <strong>de</strong> que os sintomas<br />

histéricos pareciam <strong>de</strong>rivar-se. Quanto mais cuida<strong>do</strong>samente a procura era feita, mais extensa<br />

parecia ser a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> impressões etiologicamente signficantes, mas retroce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, <strong>do</strong> mesmo<br />

mo<strong>do</strong>, iam elas pela puberda<strong>de</strong> ou infância <strong>do</strong> paciente. Ao mesmo tempo, assumiam um caráter<br />

uniforme e, finalmente, tornou-se inevitável curvar-se perante a evidência e reconhecer que na<br />

raiz da formação <strong>de</strong> to<strong>do</strong> sintoma <strong>de</strong>veriam encontrar-se experiências traumáticas <strong>do</strong> início da<br />

vida sexual. Assim, um trauma sexual entrou no lugar <strong>de</strong> um trauma comum e viu-se que o<br />

último <strong>de</strong>via sua significação etiológica a uma conexão associativa ou simbólica com o primeiro,<br />

que o prece<strong>de</strong>ra. Uma investigação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> nervosismo comum (incidin<strong>do</strong> nas duas classes<br />

da neurastenia e da neurose <strong>de</strong> angústia) empreendida simultaneamente levou à conclusão <strong>de</strong><br />

que esses distúrbios podiam ser remonta<strong>do</strong>s a abusos contemporâneos na vida sexual <strong>do</strong>s<br />

pacientes e removi<strong>do</strong>s se estes fossem leva<strong>do</strong>s a um fim. Assim, foi fácil inferir que as neuroses<br />

em geral são expressão <strong>de</strong> distúrbios na vida sexual, em que as chamadas neuroses atuais são<br />

conseqüência (por interferência química) <strong>de</strong> danos contemporâneos e as psiconeuroses,<br />

conseqüência (por modificação psíquica) <strong>de</strong> danos passa<strong>do</strong>s causa<strong>do</strong>s a uma função biológica<br />

que até então fora gravemente negligenciada pela ciência. Nenhuma das teses da psicanálise<br />

<strong>de</strong>frontou-se com tão tenaz ceticismo ou tão acerba resistência quanto essa assertida da<br />

significação prepon<strong>de</strong>rantemente etiológica da vida sexual nas neuroses. Deve-se<br />

expressamente observar, contu<strong>do</strong>, que, em sua evolução até os dias <strong>de</strong> hoje a psicanálise não<br />

encontrou razões para retratar-se <strong>de</strong>ssa opinião.<br />

A Sexualida<strong>de</strong> Infantil. - Em resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> suas pesquisas etiológicas, a psicanálise ficou<br />

em posição <strong>de</strong> tratar <strong>de</strong> um assunto cuja própria existência mal havia si<strong>do</strong> suspeitada<br />

anteriormente. A ciência acostumara-se a consi<strong>de</strong>rar a vida sexual como inician<strong>do</strong>-se na<br />

puberda<strong>de</strong> e encarava as maniestações <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> em crianças como sinais raros <strong>de</strong><br />

precocida<strong>de</strong> anormal e <strong>de</strong>generação. Porém, agora, a psicanálise revelara uma opulência <strong>de</strong><br />

fenômenos (notáveis, no entanto, <strong>de</strong> ocorrência regular) que tornaram necessário remontar o<br />

início da função sexual nas crianças quase ao começo da existência extra-uterina; e perguntou-<br />

se, com espanto, como tu<strong>do</strong> isso podia ter si<strong>do</strong> <strong>de</strong>spreza<strong>do</strong>. Os primeiros vislumbres da

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