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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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clínica das neuroses. Logo mostrou-se que as esperanças terapêuticas, antes <strong>de</strong>positadas no<br />

tratamento catártico da hipnose, achavam-se até certo ponto irrealizadas. Era verda<strong>de</strong> que o<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>do</strong>s sintomas ia <strong>de</strong> mãos dadas com a catarse, mas o sucesso total revelara<br />

ser inteiramente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da relação <strong>do</strong> paciente com o médico e, assim, assemelhava-se ao<br />

efeito da ‘sugestão’. Se essa relação era perturbada, to<strong>do</strong>s os sintomas reapareciam, como se<br />

nunca houvessem si<strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>s. <strong>Além</strong> disso, o pequeno número <strong>de</strong> pessoas que podia ser<br />

coloca<strong>do</strong> em profun<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> hipnose envolvia uma limitação consi<strong>de</strong>rável, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />

médico, da aplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> procedimento catártico. Por essas razões, o presente autor <strong>de</strong>cidiu<br />

aban<strong>do</strong>nar o emprego da hipnose, mas, ao mesmo tempo, as impressões que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>rivara<br />

forneceram-lhe os meios <strong>de</strong> substituí-la.<br />

A Associação Livre. - O efeito da condição hipnótica sobre o paciente fora aumentar tão<br />

gran<strong>de</strong>mente sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuar associações que ele podia encontrar diretamente o<br />

caminho - inacessível à sua reflexão consciente - que conduzia <strong>do</strong> sintoma aos pensamentos e<br />

lembranças a ele vincula<strong>do</strong>s. O aban<strong>do</strong>no da hipnose parecia tornar <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>ra a situação,<br />

até que o autor se recor<strong>do</strong>u <strong>de</strong> uma observação <strong>de</strong> Bernheim segun<strong>do</strong> a qual as coisas<br />

experimentadas em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sonambulismo eram apenas aparentemente esquecidas e podiam<br />

ser trazidas à lembrança em qualquer época, se o médico insistisse energicamente em que o<br />

paciente as conhecia. O autor, assim, esforçou-se por insistir junto a seus pacientes não<br />

hipnotiza<strong>do</strong>s que lhe fornecessem suas associações, a fim <strong>de</strong> que, <strong>do</strong> material assim forneci<strong>do</strong>,<br />

pu<strong>de</strong>sse achar o caminho que levava ao antes esqueci<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>. Observou posteriormente<br />

que a insistência era <strong>de</strong>snecessária e que idéias copiosas quase sempre surgiam na mente <strong>do</strong><br />

paciente, mas eram retidas <strong>de</strong> serem comunicadas e, até mesmo, <strong>de</strong> se tornarem conscientes<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a certas objeções colocadas pelo paciente, à sua própria maneira. Era <strong>de</strong> se esperar -<br />

embora isso ainda não estivesse prova<strong>do</strong> e somente <strong>de</strong>pois fosse confirma<strong>do</strong> por vasta<br />

experiência - que tu<strong>do</strong> o que acontecesse a um paciente, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> partida<br />

específico, <strong>de</strong>veria também estar em conexão interna com esse ponto <strong>de</strong> partida; daí surgiu a<br />

técnica <strong>de</strong> ensinar o paciente a aban<strong>do</strong>nar toda a sua atitu<strong>de</strong> crítica e fazer uso <strong>do</strong> material que<br />

era então trazi<strong>do</strong> à luz para o fim <strong>de</strong> revelar as conexões que estavam sen<strong>do</strong> buscadas. Uma<br />

forte crença na <strong>de</strong>terminação escrita <strong>do</strong>s fatos mentais certamente <strong>de</strong>sempenhou um papel na<br />

escolha <strong>de</strong>ssa técnica como um sucedâneo da hipnose.<br />

A ‘Regra Técnica Fundamental‘ <strong>de</strong>sse procedimento <strong>de</strong> ‘associação livre’ foi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então<br />

mantida no trabalho psicanalítico. O tratamento é inicia<strong>do</strong> pedin<strong>do</strong>-se ao paciente que se<br />

coloque na posição <strong>de</strong> um auto-observa<strong>do</strong>r atento e <strong>de</strong>sapaixona<strong>do</strong>, simplesmente comunican<strong>do</strong><br />

o tempo inteiro a superfície <strong>de</strong> sua consciência e, por um la<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>ver a mais<br />

completa honestida<strong>de</strong>, enquanto que, por outro la<strong>do</strong>, não reten<strong>do</strong> da comunicação nenhuma<br />

idéia, mesmo que (1) sinta ser ela muito <strong>de</strong>sagradável, (2) julgue-a absurda ou (3) sem<br />

importância <strong>de</strong>mais ou (4) irrelevante para o que está sen<strong>do</strong> busca<strong>do</strong>. Descobre-se

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