Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp
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firme.<br />
Do conjunto <strong>de</strong>ssas experiências surgem <strong>do</strong>is fatos que parecem fornecer-nos uma base<br />
Primeiro: se <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s animálculos, no momento antes <strong>de</strong> apresentarem sinais <strong>de</strong><br />
senescência, pu<strong>de</strong>rem coalescer um com o outro, isto é, ‘conjugarem-se’ (pouco após o que,<br />
mais uma vez se separam), salvam-se <strong>de</strong> ficarem velhos e tornam-se ‘rejuvenesci<strong>do</strong>s’. A<br />
conjugação é indubitavelmente a antecessora da reprodução sexual nas criaturas mais elevadas;<br />
ainda se acha, por enquanto, <strong>de</strong>svinculada da propagação e limita-se à mistura das substâncias<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is indivíduos. (A ‘anfimixia’ <strong>de</strong> Weismann.) Os efeitos recupera<strong>do</strong>res da conjugação<br />
po<strong>de</strong>m, contu<strong>do</strong>, ser substituí<strong>do</strong>s por certos agentes estimulantes, através <strong>de</strong> alterações na<br />
composição <strong>do</strong> flui<strong>do</strong> que proporciona sua nutrição, pela elevação <strong>de</strong> sua temperatura ou por<br />
sua agitação. Somos lembra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> célebre experimento efetua<strong>do</strong> por J. Loeb, no qual, através<br />
<strong>de</strong> certos estímulos químicos, induziu a segmentação <strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> ouriço-<strong>do</strong>-mar, processo que<br />
normalmente só po<strong>de</strong> ocorrer após a fertilização.<br />
Segun<strong>do</strong>: não obstante, é provável que os infusórios morram <strong>de</strong> morte natural em<br />
resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> seus próprios processos vitais, porque a contradição entre as <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong><br />
Woodruff e <strong>do</strong>s <strong>outros</strong> <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> haver ele provi<strong>do</strong> cada geração <strong>de</strong> flui<strong>do</strong> nutriente<br />
novo. Se <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> fazê-lo, observava os mesmos sinais <strong>de</strong> senescência que os <strong>outros</strong><br />
experimenta<strong>do</strong>res. Concluiu que os animálculos eram prejudica<strong>do</strong>s pelos produtos <strong>do</strong><br />
metabolismo que expeliam para o flui<strong>do</strong> circundante. Pô<strong>de</strong> então provar conclusivamente que<br />
eram apenas os produtos <strong>de</strong> seu próprio metabolismo que tinham resulta<strong>do</strong>s fatais para esse<br />
tipo específico <strong>de</strong> animálculo, porque os mesmos animais que inevitavelmente pereciam se eram<br />
apinha<strong>do</strong>s em seu próprio flui<strong>do</strong> nutriente, floresciam numa solução supersaturada com os<br />
produtos excretórios <strong>de</strong> uma espécie distantemente aparentada. Um infusório, portanto, se é<br />
<strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> a si mesmo, morre <strong>de</strong> morte natural <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à evacuação incompleta <strong>do</strong>s produtos <strong>de</strong><br />
seu próprio metabolismo. (Po<strong>de</strong> ser que a mesma incapacida<strong>de</strong> seja a causa suprema também<br />
da morte <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os animais superiores.)<br />
Nesse ponto, bem po<strong>de</strong> surgir em nosso espírito a dúvida quanto a saber se servimos a<br />
algum objetivo ao tentar solucionar o problema da morte natural a partir <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
protozoários. A organização primitiva <strong>de</strong>ssas criaturas po<strong>de</strong> ocultar-nos condições importantes<br />
que, embora <strong>de</strong> fato presentes nelas também, só se tornam visíveis nos animais superiores,<br />
quan<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m encontrar expressão morfológica. E, se aban<strong>do</strong>narmos o ponto <strong>de</strong> vista<br />
morfológico e a<strong>do</strong>tarmos o dinâmico, torna-se-nos completamente indiferente po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>monstrar<br />
se a morte natural ocorre ou não nos protozoários. A substância que posteriormente é<br />
reconhecida como imortal, neles não se separou ainda da mortal. As forças instintuais que<br />
procuram conduzir a vida para a morte po<strong>de</strong>m também achar-se em funcionamento nos<br />
protozoários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início; no entanto, seus esforços po<strong>de</strong>m ser tão completamente ocultos<br />
pelas forças preserva<strong>do</strong>ras da vida, que talvez seja muito difícil encontrar qualquer prova direta