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Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp

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Entretanto, todas elas provêm <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, são produtos <strong>de</strong> nossa vida mental, ao passo que a<br />

própria concepção <strong>do</strong> sonho puramente ‘telepático’ resi<strong>de</strong> em ser ele uma percepção <strong>de</strong> algo<br />

externo perante o qual a mente permanece passiva e receptiva.<br />

II<br />

O segun<strong>do</strong> caso que apresentarei à observação, na realida<strong>de</strong> segue outras linhas. Não<br />

se trata <strong>de</strong> um sonho telepático, mas <strong>de</strong> um sonho recorrente da infância em diante, em uma<br />

pessoa que teve muitas experiências telepáticas. A sua carta, que reproduzirei aqui, contém<br />

certas coisas notáveis a cujo respeito não po<strong>de</strong>mos formar nenhum julgamento. Uma parte <strong>de</strong>la<br />

é <strong>de</strong> interesse quanto ao problema da relação da telepatia com os sonhos.<br />

(1) ‘…Meu médico, Herr Dr. N., aconselha-me a fornecer-lhe um relato <strong>de</strong> um sonho que<br />

me perseguiu durante uns 30 ou 32 anos. Estou seguin<strong>do</strong> o conselho <strong>de</strong>le e talvez o sonho<br />

possa interessar ao senhor, sob algum aspecto científico. Des<strong>de</strong> que, em sua opinião, esses<br />

sonhos <strong>de</strong>vem remontar sua origem a uma experiência <strong>de</strong> natureza sexual nos primeiros anos<br />

<strong>de</strong> minha infância, relato algumas reminiscências <strong>de</strong>la. São experiências cuja impressão em mim<br />

ainda persiste, e seu caráter foi tão acentua<strong>do</strong> que chegaram ao ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar minha<br />

religião.<br />

‘Permita-me que lhe peça para notificar-me <strong>de</strong> que maneira o senhor explica esse sonho<br />

e se não será possível bani-lo <strong>de</strong> minha vida, porque ele me assombra com um fantasma e as<br />

circunstâncias que o acompanham - sempre caio da cama e já me infligi danos não pouco<br />

consi<strong>de</strong>ráveis - tornam-no particularmente <strong>de</strong>sagradável e aflitivo.’<br />

(2) ‘Tenho 37 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sou muito forte e me encontro em boa saú<strong>de</strong> física, mas na<br />

infância tive, além <strong>de</strong> sarampo e escarlatina, uma crise <strong>de</strong> nefrite. <strong>Além</strong> disso, aos cinco anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, tive uma inflamação muito grave nos olhos que me <strong>de</strong>ixou com visão dupla. As imagens<br />

ficam em ângulo umas com as outras e seu contorno é enevoa<strong>do</strong>, enquanto as cicatrizes das<br />

úlceras afetam a clareza da visão. Na opinião <strong>do</strong> especialista, não existe nada mais a ser feito e<br />

nenhuma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhora. O la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>de</strong> meu rosto é repuxa<strong>do</strong> para cima, por ter<br />

<strong>de</strong> retesar o olho esquer<strong>do</strong> para ver melhor. À força <strong>de</strong> prática e <strong>de</strong>terminação, posso fazer os<br />

mais <strong>de</strong>lica<strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong> agulha; e semelhantemente, quan<strong>do</strong> ainda menina <strong>de</strong> seis anos,<br />

curei-me <strong>do</strong> estrabismo pratican<strong>do</strong> em frente <strong>do</strong> espelho, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que hoje não existe sinal<br />

externo <strong>do</strong> <strong>de</strong>feito na visão.<br />

‘Des<strong>de</strong> os meus primeiros anos fui sempre solitária. Mantinha-me separada das outras<br />

crianças e tinha visões (clarividência e clariaudição). Não era capaz <strong>de</strong> distingui-las da realida<strong>de</strong><br />

e, conseqüentemente, amiú<strong>de</strong> me <strong>de</strong>scobria em conflito com outras pessoas, em posições<br />

embaraçosas, <strong>do</strong> que resultou haver-me torna<strong>do</strong> uma pessoa muito reservada e tímida. Porque

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