Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros ... - ceapp
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lugar) é evitada. Os <strong>do</strong>is últimos motivos - o apego à condição <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> um pênis no<br />
objeto, bem como o afastamento em favor <strong>do</strong> pai - po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>do</strong>s ao complexo <strong>de</strong><br />
castração. A ligação à mãe, o narcisismo, o me<strong>do</strong> da castração são os fatores (que,<br />
inci<strong>de</strong>ntalmente, nada têm em si <strong>de</strong> especial) que até o presente encontramos na etiologia<br />
psíquica <strong>do</strong> homossexualismo; com eles é preciso computar o efeito da sedução responsável por<br />
uma fixação prematura da libi<strong>do</strong>, bem como a influência <strong>do</strong> fator orgânico que favorece o papel<br />
passivo no amor.<br />
Nunca consi<strong>de</strong>ramos, entretanto, esta análise da origem <strong>do</strong> homossexualismo como<br />
completa. Posso agora indicar um novo mecanismo que conduz à escolha homossexual <strong>do</strong><br />
objeto, embora não possa dizer quão gran<strong>de</strong> é o papel que ele <strong>de</strong>sempenha na formação <strong>do</strong> tipo<br />
<strong>de</strong> homossexualismo extremo, manifesto e exclusivo. A observação dirigiu minha atenção para<br />
diversos casos em que, durante a primeira infância, impulsos <strong>de</strong> ciúmes, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> complexo<br />
materno e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>, surgiram [num menino] contra os rivais, geralmente irmãos<br />
mais velhos. Esse ciúme provocou uma atitu<strong>de</strong> excessivamente hostil e agressiva para com<br />
esses irmãos, que po<strong>de</strong>ria às vezes atingir a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos reais <strong>de</strong> morte, incapazes<br />
então <strong>de</strong> manter-se face ao <strong>de</strong>senvolvimento ulterior <strong>do</strong> sujeito. Sob as influências da criação - e<br />
certamente sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser influencia<strong>do</strong>s também por sua própria e continuada impotência -<br />
esses impulsos ren<strong>de</strong>ram-se à repressão e experimentaram uma transformação, <strong>de</strong> maneira que<br />
os rivais <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> anterior se tornaram os primeiros objetos amorosos homossexuais. Tal<br />
resulta<strong>do</strong> da ligação à mãe mostra-nos diversas relações e interessantes com <strong>outros</strong> processos<br />
que nos são conheci<strong>do</strong>s. Antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, ele é um contraste completo com o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
paranóia persecutória, na qual a pessoa anteriormente amada se torna o persegui<strong>do</strong>r odia<strong>do</strong>, ao<br />
passo que aqui os rivais odia<strong>do</strong>s se transformam em objetos amorosos. Representa também<br />
uma exageração <strong>do</strong> processo que, na minha opinião, conduz ao nascimento <strong>do</strong>s instintos sociais<br />
no indivíduo. Em ambos os processos há primeiro a presença <strong>de</strong> impulsos ciumentos e hostis<br />
que não po<strong>de</strong>m conseguir satisfação, e tanto os sentimentos afetuosos quanto os sentimentos<br />
sociais <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação surgem como formações reativas contra os impulsos agressivos<br />
reprimi<strong>do</strong>s.<br />
Esse novo mecanismo <strong>de</strong> escolha homossexual <strong>de</strong> objeto - sua origem na rivalida<strong>de</strong> que<br />
foi sobrepujada e em impulsos agressivos que se tornaram reprimi<strong>do</strong>s - combina-se às vezes<br />
com as condições típicas já familiares para nós. Na história <strong>do</strong>s homossexuais ouve-se amiú<strong>de</strong><br />
que neles a mudança se efetuou após a mãe ter elogia<strong>do</strong> outro rapaz e tê-lo estabeleci<strong>do</strong> como<br />
mo<strong>de</strong>lo. A tendência à escolha narcísica <strong>de</strong> objeto foi assim estimulada e, após uma breve fase<br />
<strong>de</strong> agu<strong>do</strong>s ciúmes, o rival se torna um objeto amoroso. Via <strong>de</strong> regra, contu<strong>do</strong>, o novo mecanismo<br />
se distingue pelo fato <strong>de</strong> a mudança efetuar-se em um perío<strong>do</strong> muito mais precoce e a<br />
i<strong>de</strong>ntificação com a mãe retroce<strong>de</strong>r para o segun<strong>do</strong> plano. A<strong>de</strong>mais, nos casos que observei, ele<br />
apenas levou a atitu<strong>de</strong>s homossexuais que não excluem a heterossexualida<strong>de</strong> e não envolvem