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Número 8 - Janeiro 2006 - Faap

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Essas medidas de desempenho têm suas limitações. Entre elas, a questão da<br />

influência dos interesses dos gerentes e acionistas na escolha dos índices de desempenho,<br />

o que pode enviesar a análise do resultado da firma. Além disso, há a impossibilidade<br />

de captar o efeito dos recursos intangíveis e das habilidades diferenciais da firma,<br />

essenciais na obtenção da renda econômica e da vantagem competitiva.<br />

(3) Por fim, uma análise mais sofisticada do desempenho da firma leva a medidas<br />

de contabilidade ajustadas. Essa análise exige uma estimativa do desempenho esperado<br />

da firma (expectativa de desempenho dos donos dos recursos) e seu desempenho<br />

efetivo. O desempenho esperado está relacionado ao custo do capital que a firma<br />

utiliza para financiar as suas atividades.<br />

Nos mercados eficientes o desempenho esperado, ou seja, o retorno sobre o<br />

capital investido que os investidores esperam ter, se relaciona ao custo do capital. A<br />

firma que atualmente gera retornos acima do custo de capital continuará atraindo<br />

investidores; os donos dos recursos produtivos vão continuar cedendo os seus recursos<br />

para utilização da firma no processo produtivo.<br />

A mensuração do retorno obtido é possível por meio do cálculo do Return on<br />

Invested Capital (ROIC), ou Retorno Sobre o Capital Investido, que é relação entre<br />

duas variáveis: a) o lucro após o imposto de renda; b) o capital investido que deve ser<br />

calculado levando-se em consideração o total do ativo (desconsiderando o montante<br />

de depreciação) e o passivo (tanto o circulante como o de curto e longo prazo).<br />

O retorno calculado deve ser comparado com o custo do capital, que pode<br />

ser mensurado por meio do Weighted Average Cost of Capital (WACC), ou Média<br />

Ponderada do Custo de Capital. O cálculo do WACC exige uma discriminação<br />

detalhada de todas as remunerações pagas aos ativos produtivos utilizados pela<br />

firma (sejam eles tangíveis ou não), de modo a chegar a um resultado de uma<br />

remuneração média, uma ponderação pela participação do custo daquele ativo no<br />

processo produtivo.<br />

Se o retorno sobre o investimento (ROIC) é maior que a média ponderada<br />

do custo do capital (WACC), a firma gera retornos acima do esperado, e, portanto,<br />

gera renda econômica; se ROIC é igual a WACC, a firma tem exatamente o retorno<br />

esperado, não há renda econômica; e por fim, se ROIC é menor que WACC, a<br />

firma tem retorno abaixo do esperado e no médio e longo prazo não atrairá mais<br />

investidores.<br />

Em síntese, a finalidade de uma firma é criar valor, gerar renda econômica<br />

para os acionistas e investidores (Black, Wright, Davis apud Mendonça, 2004).<br />

Como confirma o trecho a seguir: “Em uma economia de mercado que reconhece<br />

os direitos de propriedade privada, a única responsabilidade social do negócio é<br />

criar valor ao acionista e fazê-lo legalmente e com integridade” (Rapaport apud<br />

Mendonça, 2004, p.40).<br />

4. Conclusão<br />

Nossa revisão de conceito de renda econômica, que se estendeu às formas de<br />

medi-la, levou à conclusão de que ainda não existe um consenso dentro da RBV<br />

a respeito do que é a renda econômica.<br />

Renda econômica e a vantagem competitiva..., Patricia Lopes Fonseca, p. 125-135.<br />

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