Número 8 - Janeiro 2006 - Faap
Número 8 - Janeiro 2006 - Faap
Número 8 - Janeiro 2006 - Faap
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
esporte possuem. De fato, poderá ser a identificação de uma determinada situação<br />
já “calculada” por si (ou seja, a existência de uma b-d que já possui a resolução<br />
do problema) que permite a resposta do jogador de xadrez sem recorrer a um<br />
“cálculo” racional da situação. Repare-se que estas situações muitas vezes<br />
explicadas como intuições parecem depender de um reconhecimento inconsciente<br />
da situação das peças no tabuleiro de xadrez 8 .<br />
Em terceiro lugar, o processo de criação/reformulação da b-d motivadora da ação<br />
resulta da comparação de cursos de ação possíveis, sendo estes prospectivamente definidos<br />
por meio da utilização das b-d’s mobilizadas para o processo de tomada de decisão. Por<br />
meio destas, o agente possui uma determinada visão sobre a realidade, que lhe permite<br />
estruturar diferentes cursos de ação possíveis. Cada um destes será uma nova ou<br />
reformulada b-d, consoante consista na criação de um curso de ação totalmente novo ou<br />
num melhoramento de um curso de ação já existente (sob a forma de b-d, ou seja, em<br />
termos mentais). Após a criação ou reformulação destes cursos de ação, a racionalidade<br />
seleciona o “melhor” curso de ação tendo em consideração os mecanismos conscientes,<br />
inconscientes, simbólicos e biológicos do agente. O curso de ação selecionado, ou seja,<br />
a b-d selecionada, será a motivadora da ação do agente.<br />
Referências bibliográficas<br />
Além das referências bibliográficas diretamente citadas em notas de rodapé,<br />
sugerimos a seguinte bibliografia como base dos estudos acerca da racionalidade<br />
na ação na Filosofia (Analítica) e na Economia:<br />
ANSCOMBE, G.E.M. Intention. Cambridge: Harvard University Press, 2000.<br />
ARROW, K. et al. (eds.). The rational foundations of economic behavior. Londres: Palgrave<br />
Macmillan, 1999.<br />
BECKER, G. The Economic Approach to Human Behavior. Chicago: University of Chicago<br />
Press, 1976.<br />
CHERNIAK, C. Minimal Rationality. Cambridge: MIT Press, 1986.<br />
COHEN, J.L. Can Human Irrationality Be Experimentally Demonstrated?. Behavior<br />
and Brain Sciences, 4: 317-370, 1981.<br />
DAVIDSON, D. Essays on Actions and Events. Oxford: Oxford University Press, 2002.<br />
__________. Problems of Rationality. Oxford: Oxford University Press, 2004.<br />
DUPUY, J-P. Self-Deception and the Paradoxes of Rationality. Stanford: CSLI<br />
Publications, 1988.<br />
ELSTER, J. Ulysses and the sirens: studies in rationality and irrationality. Cambridge:<br />
Cambridge University Press, 1979.<br />
8 Cf. SIMON, H.A., Alternative visions of rationality 1983. In: Moser, Paul K. (ed.). Rationality in action:<br />
contemporary approaches. Cambridge: Cambridge University Press, 1990, p.201-2.<br />
82 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(8), jan.<strong>2006</strong>