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Número 8 - Janeiro 2006 - Faap

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Resenhas<br />

Como o futebol explica o<br />

mundo: um olhar inesperado<br />

sobre a globalização<br />

FOER, Franklin. Como o futebol explica o mundo: um olhar<br />

inesperado sobre a globalização. Rio de <strong>Janeiro</strong>: Jorge Zahar<br />

Editores, 2005, trad. Carlos Alberto Medeiros, 223 p.<br />

Antônio Sérgio Bichir *<br />

Nós, brasileiros, somos – em geral – pessoas afáveis. Numa perspectiva<br />

bastante generosa e francamente imprecisa, arrisco alguma antropologia de<br />

algibeira. Gostamos de reconhecer o mérito dos outros (mesmo que às custas<br />

de alguma inveja ou ressentimento); sentimo-nos, até, um pouco inferiorizados<br />

em relação a outros povos, como, por exemplo, os norte-americanos ou os<br />

europeus, em sentido amplo; somos prestativos e aconselhadores... Mas não<br />

nos sentimos melhores que os outros.<br />

No futebol – tradicional cavalo de batalha da nacionalidade tantas vezes<br />

conspurcada, vilipendiada e redimida – ora estamos no topo, ora estamos no<br />

chão. Conquistamos o quinto campeonato mundial de futebol, mas, antes do<br />

início da última Copa, amargamos derrotas vergonhosas diante das seleções de<br />

Honduras e do Equador. Aqui, porém, todos entendem de futebol, sejam<br />

jornalistas pernas-de-pau, sejam filósofos “cabeças-de-bagre”.<br />

Esse parece ser o caso de um jovem jornalista perna-de-pau: o autor de Como o<br />

futebol explica o mundo. Embora se trate de um grosso assumido (“No futebol, sou um<br />

perna-de-pau”), Franklin Foer tem muito a dizer sobre o mais popular esporte do planeta<br />

(como gostam de relembrar, sempre que possível, fanáticos “jornalistas-torcedores”).<br />

A rigor, não é preciso ser craque para palpitar, ou melhor (?), para chegar a<br />

técnico de nossa seleção... Felipão conduziu o time ao pentacampeonato e, até prova<br />

em contrário, foi ruim de bola – Parreira, o atual ocupante do cargo mais cobiçado do<br />

país (depois da presidência da República, talvez), nem sequer jogou profissionalmente.<br />

Aristóteles notou que o dinheiro não poderia se transformar num fim em si e<br />

para si mesmo, corrompendo sua natureza instrumental (meio para alcançar algum<br />

fim). Muitos dizem que, no Brasil, o verdadeiro futebol acabou em 1933, com a<br />

implantação do profissionalismo. “O dinheiro tomou conta de tudo”, dizem os mais<br />

velhos e saudosistas. Ainda se diz que há 30 anos se jogava futebol como nunca, ou<br />

seriam 20, 40? De fato, cada época guarda suas saudades e suas verdades. Seus mitos.<br />

*Antonio Sergio Bichir é professor nas Faculdades de Economia e de Comunicação da FAAP.<br />

136 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(8), jan.<strong>2006</strong>

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