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Número 8 - Janeiro 2006 - Faap

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não tem o beneficio de contar com as reflexões e contribuições de um país como o<br />

Brasil. Em sua dupla condição de país receptor de ajuda ao desenvolvimento e de país<br />

doador, ele poderia enriquecer o debate trazendo experiências e perspectivas diferentes.<br />

O objetivo deste artigo é apresentar o surgimento, a evolução e os desdobramentos<br />

históricos do Sistema Internacional de Cooperação ao Desenvolvimento (SICD), os<br />

principais conceitos e noções envolvidas no seu estudo, e as dimensões teóricas que<br />

fornecem os fundamentos explicativos das motivações que levam determinados países<br />

a cooperarem com outros. Pretende-se incentivar alunos, professores e a comunidade<br />

brasileira das Relações Internacionais em geral para que desenvolvam projetos de<br />

pesquisa, atividades docentes e publicações, bem como incluam, na grade curricular<br />

dos cursos dessa área, matérias relacionadas ao campo de estudo específico da cooperação<br />

ao desenvolvimento. Sendo assim, se estará fornecendo aos futuros operadores das<br />

relações internacionais do Brasil instrumentos mais adequados para o desenvolvimento<br />

de uma carreira profissional no âmbito da cooperação internacional.<br />

O objeto de estudo, os conceitos-chave e o método de análise<br />

Neste artigo, o estudo do SICD é apresentado a partir das ferramentas<br />

metodológicas e das coordenadas de referência teórica fornecidas pela disciplina<br />

das Relações Internacionais. Nesta perspectiva, o artigo ganha pleno significado<br />

em suas dimensões teóricas, isto é, desde uma abordagem de sua concepção e<br />

finalidade a partir da Teoria das Relações Internacionais em suas diferentes escolas<br />

e paradigmas explicativos, e em suas implicações práticas, criando um espaço de<br />

reflexão para nos interrogarmos sobre o presente e o futuro do SICD, ora<br />

pensando em seus objetivos finais, ora tendo em vista os instrumentos<br />

empregados e sua funcionalidade para a construção de um sistema de relações<br />

internacionais mais justo, equitativo, equilibrado e pacífico.<br />

É freqüente na literatura, sobretudo na norte-americana, o emprego do<br />

termo “Ajuda Externa” em face de expressões – entendidas como sinônimas –<br />

como “assistência ao desenvolvimento” ou “cooperação ao desenvolvimento”.<br />

Mesmo que ao longo deste artigo se esteja usando preferencialmente o termo<br />

“cooperação ao desenvolvimento”, convém pontuar desde já a nossa escolha.<br />

Enquanto o termo “Ajuda Externa” significa assistência ao desenvolvimento e<br />

assistência militar, não sendo, portanto, sempre seu objetivo o desenvolvimento,<br />

este último sim, pelo contrário, é a meta da “Assistência ao Desenvolvimento”,<br />

embora esta expressão sugira uma relação desigual: a existência de um doador e<br />

um receptor, de um que dá e outro que recebe. A “cooperação ao<br />

desenvolvimento” refere-se não só à meta explícita do desenvolvimento como<br />

também a uma iniciativa comum entre doador e receptor1 .<br />

Com estes elementos podemos oferecer, no Quadro 1, algumas<br />

definições pertinentes que são importantes para não confundir, como<br />

acontece com freqüência, a natureza e as finalidades da ajuda externa com<br />

a ajuda oficial ao desenvolvimento (AOD).<br />

1 Sobre a distinção destes conceitos pode-se consultar BREUNING, M. Foreign Aid, Development Assistance<br />

or Development Cooperation: what’s in a name?. International Politics, Vol. 39, n.º 3, p. 369-377, 2002.<br />

6 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(8), jan.<strong>2006</strong>

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