Número 8 - Janeiro 2006 - Faap
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China: a corrida para o mercado<br />
STORY, Jonathan. China: a corrida para o mercado. São<br />
Paulo: Futura, 2004, 448 p.<br />
Otto Nogami *<br />
O livro é de grande utilidade para aqueles que procuram entender o papel<br />
que a China desempenhará no cenário mundial ao longo do século XXI. Jonathan<br />
Story reúne vários dados de cunho econômico, político e cultural, e vai analisando,<br />
ao longo da obra, os aspectos que considera relevantes para apresentar as<br />
alternativas que esse país terá à sua frente para superar os desafios que se<br />
apresentam nas próximas décadas.<br />
Segundo o autor, quatro são as visões sobre o futuro da China: o medo do<br />
desmantelamento e falência do regime comunista, o que faz o governo manter<br />
o status quo defendendo-o; a introversão como uma potência meramente regional<br />
e fraca, o que permitiria que os Estados Unidos e outras potências ocidentais<br />
promovessem a sua democratização; o rápido crescimento da economia motivada<br />
por suas ambições, em função do seu potencial e dos objetivos traçados pelos<br />
seus governantes; e a adesão ao “mercado comum” como estratégia gerencial<br />
para levar o país à prosperidade.<br />
Para fundamentar estas quatro possibilidades, Story inicia seu trabalho<br />
abordando as questões em torno das relações internacionais, analisando as alianças<br />
globais do governo chinês, bem como suas relações com os países vizinhos,<br />
destacando sempre a forte influência dos Estados Unidos, notadamente como<br />
um parceiro vital para as suas pretensões. Nesse sentido, destaca o autor que,<br />
para encontrar o desenvolvimento econômico e social, a China necessita de paz<br />
e segurança doméstica, inseridas num ambiente global igualmente estável. E a<br />
única nação que pode lhe proporcionar isso são os Estados Unidos, sem deixar<br />
de considerar as parcerias com Japão, Rússia e outras nações próximas.<br />
Nesse meio tempo, Story examina a incorporação da China ao sistema<br />
econômico global, mostrando que mais do que nunca a China tem provado sua<br />
importância e seu imenso potencial nesse cenário. A entrada do país na<br />
Organização Mundial do Comércio (OMC) pode ser vista como um alicerce<br />
para o crescimento do país do dragão emergente. A razão para esta afirmativa<br />
reside no fato de que a China, antes de mais anda, está destinada a um longo<br />
período de crescimento, começando a substituir os Estados Unidos como<br />
principal mercado para exportadores em toda a região da Ásia e do Pacífico.<br />
Apesar de ser contrário à tese, Story cogita a possibilidade da China tomar o<br />
lugar dos Estados Unidos, em tamanho, como primeira economia do mundo<br />
em algum ponto entre <strong>2006</strong> e 2025. Entretanto, para chegar a essa condição,<br />
ela deverá passar, segundo Story, por uma profunda reforma de sua política<br />
econômica, ressaltando que é um dos países mais poluídos do mundo, com<br />
*Otto Nogami é economista pela FEA-USP e professor da Faculdade de Economia da FAAP.<br />
140 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(8), jan.<strong>2006</strong>