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Número 8 - Janeiro 2006 - Faap

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Para ser um instrumento eficaz para um desenvolvimento humano sustentável<br />

e para servir ao objetivo de atingir um modelo de relação Norte-Sul mais justo, a<br />

cooperação ao desenvolvimento tem de dar respostas aos desafios colocados pelo<br />

novo cenário internacional do pós-guerra fria, dominado pelas forças da<br />

globalização e pela emergência de novos e complexos problemas transnacionais.<br />

Sendo assim, a cooperação ao desenvolvimento abrange o conjunto de atuações<br />

dos atores públicos e privados, entre países de diferentes níveis de renda com o<br />

propósito de promover o progresso econômico, social e sustentável dos países do<br />

Sul, de modo a ser mais equilibrado em relação ao Norte. Por meio da cooperação<br />

ao desenvolvimento, pretende-se também contribuir na construção de um contexto<br />

internacional mais estável, pacífico e seguro para todos os habitantes do planeta.<br />

Em definitivo, o Sistema Internacional de Cooperação ao Desenvolvimento está<br />

constituído por uma rede de instituições públicas e da sociedade civil que promovem<br />

ações de cooperação internacional ao desenvolvimento.<br />

Porém, não existe uma definição única de “cooperação ao desenvolvimento”, já<br />

que o termo não possui validade para todo tempo e lugar. Como conceito, ele tem<br />

experimentado sempre mudanças, em função do pensamento, das políticas e dos<br />

valores presentes nas relações Norte-Sul, e dos acontecimentos históricos que<br />

influenciaram decisivamente na sua interpretação. Sendo assim, em termos gerais,<br />

simples e ideais, a cooperação ao desenvolvimento pode ser entendida como um<br />

conjunto de intervenções de caráter internacional orientada à troca de experiências e<br />

recursos entre os países do Norte e do Sul para atingir metas comuns baseadas em<br />

critérios de solidariedade, eqüidade, eficácia, interesse mútuo, sustentabilidade e coresponsabilidade.<br />

A finalidade primordial da cooperação ao desenvolvimento deve ser<br />

a erradicação da pobreza, do desemprego e da exclusão social, e ela deve procurar o<br />

aumento permanente dos níveis de desenvolvimento político, social, econômico e<br />

cultural nos países do Sul. As atuações da cooperação ao desenvolvimento situam-se<br />

no quadro mais abrangente das relações internacionais, das quais, aliás, constituem<br />

âmbito específico, estando dirigidas, principalmente, à melhora das condições de vida<br />

da população dos países de menor renda relativa. É no âmbito das relações internacionais<br />

que se pode explicar o nascimento da cooperação ao desenvolvimento, e sua<br />

estruturação no quadro da Guerra Fria e do processo de descolonização de forma<br />

que, em grande parte, suas características atuais ainda continuam sendo o resultado<br />

de fatores condicionantes de tipo histórico dos últimos 60 anos.<br />

A obtenção de um conceito de cooperação ao desenvolvimento operativo da perspectiva<br />

metodológica e que seja satisfatório do ponto de vista teórico exige considerar o SICD no<br />

quadro de análise das relações internacionais contemporâneas. Essas relações se inserem<br />

num determinado marco histórico e social e, mesmo sendo de natureza fundamentalmente<br />

política, têm incorporado, cada vez com peso crescente, as dimensões econômicas e sociais<br />

do desenvolvimento e das relações Norte-Sul. Por este motivo, um enfoque sócio-histórico<br />

como método de abordagem parece ser o mais adequado para seu estudo e análise. Segundo<br />

Arenal, o método sócio-histórico “permite apreender a sociedade internacional como<br />

totalidade, dar um tratamento global aos problemas abordados nas pesquisas, e adotar uma<br />

perspectiva dinâmica, sem esquecer a análise das estruturas” 2 .<br />

2 ARENAL, C. Introducción a las Relaciones Internacionales. Madri: Tecnos, 1990, p.454-459.<br />

O Sistema Internacional de Cooperação ao Desenvolvimento...., Bruno Ayllón, p. 5-23.<br />

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