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Número 8 - Janeiro 2006 - Faap

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níveis de poluição atmosférica e hídrica superiores aos padrões internacionais. O alcance<br />

de um novo patamar exigirá uma mudança em suas normas, passando por uma<br />

transformação política do país, decisão essa que cabe apenas ao partido-Estado chinês.<br />

Nesse sentido, destaca-se a postura política dos dirigentes do Partido<br />

Comunista Chinês (PCC), que, nas palavras do autor, vêm “tateando as pedras<br />

enquanto se cruza o rio”. Não está nada claro que o monopólio do partido-<br />

Estado possa induzir um estado de direito. Sem dúvida, a principal face da reforma<br />

está relacionada às instituições de política econômica, que representam a razão<br />

principal para a transformação da sociedade chinesa. E esse processo,<br />

aparentemente, não tem volta. A filiação à OMC foi indiscutivelmente o aríete<br />

para a aceleração das mudanças domésticas.<br />

Os países ocidentais ricos que ainda, de alguma forma, controlam a política<br />

comercial mundial têm uma difícil decisão a ser tomada: impor barreiras contra<br />

os produtos chineses como querem, segundo o autor, as forças antiglobalização;<br />

ou receber a China na OMC como um novo grande parceiro do sistema global<br />

e aceitar uma política gradual de transição para uma plena democracia de mercado.<br />

Essa transformação do sistema de negócios da China é a chave de sua inserção,<br />

de forma satisfatória ou não, no comércio mundial.<br />

A economia chinesa está mais do que nunca nas mãos dos consumidores e<br />

dos poupadores. O sistema de produção, ainda hoje controlado pelo Partido<br />

Comunista Chinês, tem de se adaptar aos novos tempos ou padecerá. Tudo<br />

indica que até agora o PCC preferiu adaptar-se, mas ainda existe um forte desafio<br />

a ser suplantado: os direitos à propriedade privada têm de ser inseridos no coração<br />

do sistema político da China.<br />

Story ainda destaca, nos capítulos finais, a experiência das multinacionais<br />

no mercado da China, que ainda vivem um período de maturação dos seus<br />

investimentos em um ambiente de complexas reformas no sistema de negócios<br />

do país, pois ainda é forte o estilo de fazer negócios por meio da rede de<br />

relacionamentos familiares e de amizade (guanxi), num processo que vale mais<br />

do que contratos. Ressalta ainda o autor que as pessoas que quiserem realizar<br />

negócios na China sempre deverão se lembrar das prioridades impostas pelos<br />

governantes, quais sejam: empregos, crescimento, sustentar a alta taxa de<br />

poupança e avançar com as reformas.<br />

E, assim, Jonathan Story termina sua obra com algumas indagações com<br />

relação à direção que tomará o desenvolvimento da China, e quando ela emergirá<br />

como uma grande potência. Ele próprio dá a resposta que julga ser a mais<br />

consistente: na primeira década deste milênio estabelecem-se os alicerces para a<br />

transformação do país nas próximas décadas, de forma que em 2040 possa<br />

começar a sacudir a política norte-americana para então, em 2060, tornar-se<br />

efetivamente uma potência.<br />

China: a corrida para o mercado, Otto Nogami, p. 140-141.<br />

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