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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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senta<strong>do</strong> no convés. Thom<strong>as</strong> contemplou-os por momentos antes de darnova ordem. — Matem-nos. Lancem os corpos borda fora.Um <strong>do</strong>s homens que tinham esta<strong>do</strong> a guardar os prisioneiros deitouum olhar a um companheiro, antes de reunir coragem para pigarrear e inquirir.— Senhor? Os oficiais valem bom dinheiro.Thom<strong>as</strong> sentiu a mão a tremer, e agarrou-a com firmeza.— Dei-te uma ordem. Mata-os! Fá-lo!Soaram p<strong>as</strong>sos n<strong>as</strong> su<strong>as</strong> cost<strong>as</strong>, e Stokely interpôs-se entre ele e os prisioneiros.— Não podeis <strong>as</strong>s<strong>as</strong>sinar os oficiais. São nossos prisioneiros.Thom<strong>as</strong> engoliu em seco e respondeu com azedume.— São o inimigo. São turcos, infiéis.— Não deixam de ser criatur<strong>as</strong> de Deus, mesmo que ainda não tenhamabraça<strong>do</strong> a verdadeira fé — ripostou Stokely. — Aceitámos a sua rendição.Não podemos chaciná-los <strong>as</strong>sim. Seria uma ofensa às tradições da cavalaria.— Cavalaria? — Thom<strong>as</strong> fez uma careta, que se transformou num sorriso.— Não há lugar para tais ideais na guerra contra o Turco. A morte é oque eles merecem.— Não podeis…Thom<strong>as</strong> silenciou-o com a mão erguida.— Estamos a perder tempo. Quero pôr-me a caminho o mais depressapossível. M<strong>as</strong> primeiro temos de nos livrar desta… praga.Empunhou a lâmina, e antes que alguém pudesse detê-lo, p<strong>as</strong>sou a fiode espada o mais próximo <strong>do</strong>s corsários, um jovem num corpete finamentedebrua<strong>do</strong>, ainda dem<strong>as</strong>ia<strong>do</strong> novo para ostentar uma barba. O corsáriosuspirou e tombou para o convés enquanto uma mancha escarlate se espalhavarapidamente pelo algodão branco d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> vestes. Com gestos fracos,tentou agarrar uma ponta <strong>do</strong> corpete para fazer pressão sobre a ferida eestancar o sangue que corria. Thom<strong>as</strong> avançou, cego a tu<strong>do</strong> pelo seu desejode sangue. Voltou a golpeá-lo, desta vez no pescoço, cortan<strong>do</strong> a espinha equ<strong>as</strong>e lhe decepan<strong>do</strong> a cabeça. Olhou em re<strong>do</strong>r, para os seus homens.— Agora tratem de cumprir <strong>as</strong> ordens que vos dei! Matem-nos a to<strong>do</strong>s.Tu, começa. — Apontou para um <strong>do</strong>s homens que tinham esta<strong>do</strong> a vigiaros prisioneiros.O solda<strong>do</strong> baixou o pique e cravou-o no peito <strong>do</strong> corsário mais próximo.Os outros começaram a gritar, pedin<strong>do</strong> clemência em francês e espanhol,bem como n<strong>as</strong> su<strong>as</strong> língu<strong>as</strong> nativ<strong>as</strong>. Depois de os <strong>do</strong>is primeirosserem executa<strong>do</strong>s, os outros solda<strong>do</strong>s juntaram-se à matança. Thom<strong>as</strong>af<strong>as</strong>tou-se e Stokely continuou a <strong>as</strong>sistir à cena com o horror e a relutânciabem expressos no trejeito <strong>do</strong>s lábios.35

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