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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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Stokely espreitou para a escotilha.— Já fostes ver o que há aí em baixo?Thom<strong>as</strong> abanou a cabeça.— Talvez haja mais comida que possamos dar àquela gente.Thom<strong>as</strong> acenou com a mão na direção da estreita p<strong>as</strong>sagem.— Fazei como vos aprouver.Stokely meteu pela escada que levava ao diminuto compartimento.Um instante depois, Thom<strong>as</strong> ouviu-o soltar uma imprecação de surpresa,antes de o chamar.— Thom<strong>as</strong>!— Que se p<strong>as</strong>sa?— Chegai cá abaixo!A urgência na voz <strong>do</strong> amigo fez com que Thom<strong>as</strong> rod<strong>as</strong>se de forma <strong>as</strong>altar para o interior <strong>do</strong> porão.— Que é?Virou-se e avistou Stokely agacha<strong>do</strong> junto a um monte de trapos. Nãohavia espaço suficiente para se manter de pé, e Thom<strong>as</strong> avançou tambémagacha<strong>do</strong>. O monte de trapos mexeu-se e, graç<strong>as</strong> aos raios de luz que penetravampela grelha <strong>do</strong> porão, Thom<strong>as</strong> percebeu que se tratava de umamulher. Cobria-a um trapo reduzi<strong>do</strong> e imun<strong>do</strong>, e quan<strong>do</strong> ela se virou paraeles, o teci<strong>do</strong> escorregou e expôs <strong>as</strong> marc<strong>as</strong> em carne viva que lhe percorriamos ombros e <strong>as</strong> cost<strong>as</strong>. O cabelo era longo e escuro, e uma d<strong>as</strong> mãosestava presa a um aro de ferro na parede <strong>do</strong> porão. Olhou para os <strong>do</strong>is homens,os olhos cheios de desconfiança. A pele dela era pálida, e exibia umanó<strong>do</strong>a negra no rosto. Os lábios greta<strong>do</strong>s entreabriram-se e a língua tentouhumedecê-los antes de ela murmurar:— Quem sois?— Cristãos — retorquiu Sir Oliver. — Tomámos esta galera.— Cristãos — repetiu ela, enquanto examinava o <strong>as</strong>peto <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is homens.Fez-se um silêncio breve enquanto a mulher e os <strong>do</strong>is cavaleiros seavaliavam. Ao contemplá-la, Thom<strong>as</strong> percebeu que era muito bela, mesmonaquele esta<strong>do</strong>, espancada, magoada e acorrentada, a viver na sua própriaporcaria. Algo se alterou na profunda frieza que tomara conta <strong>do</strong> seucoração. Virou-se de forma a alcançar o aro e puxou da adaga. A mulherencolheu-se ao avistar a lâmina, e ele apressou-se a apontar para a peça queprendia <strong>as</strong> correntes ao anel crava<strong>do</strong> n<strong>as</strong> tábu<strong>as</strong> <strong>do</strong> c<strong>as</strong>co.— Vou tirar-vos daqui.Ela <strong>as</strong>sentiu, e Thom<strong>as</strong> inseriu a ponta da adaga e começou a tentarsoltar o pino. Fez uma breve pausa e olhou para ela.— Como vos chamais?37

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