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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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5Malta, <strong>do</strong>is meses depoisOcrescente lunar resplandecia sobre a ilha de Malta, risca<strong>do</strong> apen<strong>as</strong> porfin<strong>as</strong> nuvens pratead<strong>as</strong>. Uma faixa de brilho refleti<strong>do</strong> espalhava-se sobre<strong>as</strong> águ<strong>as</strong> <strong>do</strong> porto, na direção da crista de Sciberr<strong>as</strong>, e o ar mantinha-sequente e para<strong>do</strong>. Thom<strong>as</strong> pouca atenção dava ao que o rodeava. Noutranoite qualquer, não deixaria de sentir o prazer sensual de uma noite de verãono Mediterrâneo, e teria feito uma pausa para melhor absorver a vista eos sons que embelezavam o momento.M<strong>as</strong> não naquela noite.O coração batia-lhe com impaciência e ansiedade, enquanto esperavaà sombra d<strong>as</strong> muralh<strong>as</strong> <strong>do</strong> forte de St. Ângelo, lar da Ordem, edifica<strong>do</strong>na ponta rochosa da península de Birgu. A fortificação guardava a entrada<strong>do</strong> porto e <strong>do</strong>minava a pequena povoação, cujos telha<strong>do</strong>s vermelhos pareciamcinzentos e desbota<strong>do</strong>s ao luar. Ao longo da b<strong>as</strong>e da muralha corriaum estreito caminho que levava ao cais na margem, onde Thom<strong>as</strong> aguardava.Deu um pulo quan<strong>do</strong> o sino da catedral bateu meia-hora depois dameia-noite. Maria já devia ter chega<strong>do</strong> há b<strong>as</strong>tante tempo. Af<strong>as</strong>tan<strong>do</strong>-seligeiramente d<strong>as</strong> roch<strong>as</strong> na b<strong>as</strong>e da muralha, esforçou a vista para espreitarao longo <strong>do</strong> caminho, m<strong>as</strong> nada se movia. Sentiu um súbito receio de queela pudesse ter muda<strong>do</strong> de idei<strong>as</strong> e tivesse decidi<strong>do</strong> que não devia correr orisco de se encontrar a sós com ele mais uma vez.Já tinham si<strong>do</strong> avisa<strong>do</strong>s para pôr um travão na sua relação. La Valettetinha puxa<strong>do</strong> Thom<strong>as</strong> para o la<strong>do</strong> durante uma d<strong>as</strong> sessões matinais detreino com arm<strong>as</strong>, para lhe dar um<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> sem alarde. Relembrara aojovem cavaleiro de que Maria de Venici esperava apen<strong>as</strong> pela chegada <strong>do</strong>irmão, com a recompensa que a Ordem aceitara pela sua salvação.Os lábios de Thom<strong>as</strong> tinham-se mexi<strong>do</strong>, diverti<strong>do</strong>s. A palavra maisadequada à situação era resgate. Claro que tal infeliz termo nunca encontraralugar n<strong>as</strong> mensagens trocad<strong>as</strong> entre a Ordem e a família Venici.— A vossa afeição mútua não p<strong>as</strong>sou despercebida — indicara La Valette.— E devo avisar-vos que ela não é aceitável, Thom<strong>as</strong>. Maria está prometidaa outro, e não há qualquer futuro para esta… amizade que cresceuentre vós.39

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