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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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— Hidromel? — As s<strong>obra</strong>ncelh<strong>as</strong> <strong>do</strong> cria<strong>do</strong> subiram ligeiramente, eThom<strong>as</strong> não evitou algum gozo perante a incapacidade que o homem revelavaem colocá-lo nalgum <strong>do</strong>s nichos da hierarquia social vigente em Londres.As roup<strong>as</strong> que envergava eram de bom corte m<strong>as</strong> não tinham quaisquera<strong>do</strong>rnos, e o cabelo bem apara<strong>do</strong>, como a barba, não exibia qualquerpretensão de seguir o estilo <strong>do</strong>s cavalheiros mais atentos à moda. Thom<strong>as</strong>p<strong>as</strong>saria bem por um comerciante abona<strong>do</strong>, ou por um pequeno proprietáriorural, m<strong>as</strong> o facto de ter uma reunião agendada com Sir Robert Cecilapontava para um estatuto mais eleva<strong>do</strong>, pelo que o homem acabou porinclinar a cabeça. — Como pretendeis, senhor. Hidromel será.Fechou a porta ao sair, enquanto o homem junto à lareira observavaThom<strong>as</strong> com olhos que pareciam tu<strong>do</strong> perscrutar, antes de fazer um acenorespeitoso e voltar a concentrar-se no atiçar <strong>do</strong> lume. Quan<strong>do</strong> deu a tarefapor concluída, esfregou <strong>as</strong> mãos e sentou-se num banco próximo da lareira.Ao seu la<strong>do</strong> ficava a outra porta da sala. Thom<strong>as</strong> tirou o manto, <strong>as</strong> luv<strong>as</strong>e o chapéu, e pousou-os ao seu la<strong>do</strong> no banco onde se tinha senta<strong>do</strong>, <strong>do</strong>outro la<strong>do</strong> da sala. Por momentos limitou-se a gozar a atmosfera sossegadae deixou que o calor penetr<strong>as</strong>se gradualmente pel<strong>as</strong> roup<strong>as</strong>, até af<strong>as</strong>tar porcompleto o frio que o tinha <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>.Por fim levantou a vista para examinar o jovem que com ele partilhavao compartimento; foi com surpresa que percebeu que o outro tambémo contemplava com atenção. Longe de se sentir desconfortável ao perceberque tinha si<strong>do</strong> descoberto numa evidente análise e de baixar a vista, ojovem continuou a estudá-lo de uma forma que Thom<strong>as</strong> considerou umtanto grosseira.— Conheço-vos? — perguntou.— Não.— E vós a mim, conheceis-me?— É a primeira vez que vos vejo. — A voz era culta, m<strong>as</strong> Thom<strong>as</strong> nãoconseguia perceber de onde era aquele sotaque. M<strong>as</strong> antes que pudessecontinuar a conversa, a porta junto ao jovem abriu-se e um escrivão dear frágil numa farda azul entrou no compartimento. Limpou a garganta eolhou para Thom<strong>as</strong>.— Sir Thom<strong>as</strong> Barrett?— Sim.— O amo vai receber-vos agora.— Já? Não era suposto falarmos antes d<strong>as</strong> seis.— Ele está agora à vossa espera, senhor.— Muito bem. — Thom<strong>as</strong> levantou-se <strong>do</strong> banco e deitou uma últimaolhadela ao jovem, que em resposta se limitou a inclinar ligeiramente a cabeça.71

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