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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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n<strong>as</strong> que atravessavam o Mar Branco, nome que os turcos davam ao Mediterrâneo.Provinha da Ordem de S. João, um pequeno ban<strong>do</strong> de cavaleiroscristãos que travava uma incansável guerra sem quartel contra to<strong>do</strong>s os queseguiam os ensinamentos de Maomé. Aqueles cavaleiros eram tu<strong>do</strong> o querestava d<strong>as</strong> grandes ordens religios<strong>as</strong> que em tempos tinham <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> aTerra Santa, até serem expuls<strong>as</strong> por Saladino. A Ordem estava agora instaladanum roche<strong>do</strong> inóspito, a ilha de Malta, que lhes fora ofereci<strong>do</strong> pelorei de Espanha. A partir dali, os cavaleiros e <strong>as</strong> su<strong>as</strong> galer<strong>as</strong> aventuravam-semar adentro para atacar os muçulmanos onde quer que os encontr<strong>as</strong>sem. Eera <strong>as</strong>sim que, naquela noite sem luar, uma d<strong>as</strong> embarcações de combate daOrdem se estava a preparar para atacar a grande nave mercante ancoradaali tão perto.— O saque será rico… — adiantara Thom<strong>as</strong>.— É bem verdade, m<strong>as</strong> estamos aqui para, antes de mais, fazer o trabalhode Deus — relembrara-lhe o capitão, em tom austero. — Tu<strong>do</strong> o queconseguirmos será bem empregue para prosseguir o combate aos que seguema falsa fé.— Sim, senhor. Sei-o bem — retorquira Thom<strong>as</strong>, apazigua<strong>do</strong>r e envergonha<strong>do</strong>pela ideia de que o cavaleiro mais velho pudesse ter pensa<strong>do</strong> queera o saque que lhe interessava.La Valette soltara uma risada.— Tende calma, Thom<strong>as</strong>. Já vos conheço bem. Não sois menos devoto<strong>do</strong> que eu ou outro qualquer membro da Ordem, e, como guerreiro, sois deigual calibre. A seu tempo ser-vos-á atribuí<strong>do</strong> o coman<strong>do</strong> de uma galera. Equan<strong>do</strong> chegar esse dia, nunca vos esqueceis <strong>do</strong> que um navio de combateé verdadeiramente: uma espada na mão direita de Deus. A ele pertencemos despojos.Thom<strong>as</strong> <strong>as</strong>sentira, e La Valette saíra pela portinhola na amurada e descerapara se juntar aos quatro homens no bote que subia e descia junto àproa da galera. O capitão soltara uma breve ordem, e os marinheiros tinhamcomeça<strong>do</strong> a remar, fazen<strong>do</strong> o bote avançar. Depressa tinham si<strong>do</strong>engoli<strong>do</strong>s pela escuridão, sob o olhar atento de Thom<strong>as</strong>.Agora, hor<strong>as</strong> depois — dem<strong>as</strong>iad<strong>as</strong> hor<strong>as</strong>, <strong>as</strong>sim lhe parecia —, a cabeçade Thom<strong>as</strong> estava cheia de receios pela sorte <strong>do</strong> capitão. Havia já muitotempo que La Valette saíra. A alvorada aproximava-se e, a menos que ocapitão regress<strong>as</strong>se em breve, tornar-se-ia impossível aproveitar a coberturada escuridão para lançar o ataque contra os turcos. E se La Valette e os seushomens tivessem si<strong>do</strong> captura<strong>do</strong>s? A ideia súbita provocou-lhe um calafrioque lhe arrefeceu o coração. Os turcos tinham particular deleite em torturarlentamente e prolongar o estertor de qualquer cavaleiro da Ordem quelhes caísse n<strong>as</strong> mãos. Logo outro pensamento alarmante lhe tomou conta12

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