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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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da solenidade e importância <strong>do</strong> juramento que mantém a coesão da Ordem.Que a morte de Sir Thom<strong>as</strong> sirva para reafirmar os laços que nosunem. Senhor, insto-vos a decretar a sua execução.La Valette abanou a cabeça.— Matá-lo será correr o risco de desencorajar outros jovens de valora juntarem-se à Ordem. O crime de Sir Thom<strong>as</strong> é apen<strong>as</strong> o de ser um jovem,e to<strong>do</strong>s conhecemos perfeitamente os poderosos desejos e necessidadesque em tempos também nos <strong>as</strong>saltaram. Se ele for executa<strong>do</strong> porum temporário lapso na sua capacidade de julgamento, então homens <strong>do</strong>seu calibre, homens de que tanto precisamos, recusarão juntar-se a nós. Hámelhores maneir<strong>as</strong> de o punir — continuou La Valette. — Form<strong>as</strong> que demonstrarãoclaramente que não toleraremos indiscrições deste género. Eudigo que devemos expulsar Sir Thom<strong>as</strong> da Ordem.— Expulsá-lo? — O Grão-Mestre fez uma careta. — Que punição vema ser essa?— Não existe outra mais vergonhosa. — La Valette virou-se para Thom<strong>as</strong>.— Creio ter avalia<strong>do</strong> corretamente este homem. Para ele, ser membroda Ordem é a maior honra a que um homem pode <strong>as</strong>pirar nesta vida. É aOrdem que dá forma e valor à sua existência. Tirem-lhe isso e a sua vid<strong>as</strong>eguirá em vergonha, consciente <strong>do</strong> tremen<strong>do</strong> peso da sua perda em cadaum <strong>do</strong>s di<strong>as</strong> da sua existência. É essa a punição que lhe deve ser imposta.Além disso, viven<strong>do</strong>, poderá continuar a colocar o seu talento para a guerraao serviço da cristandade, algures que não aqui.Thom<strong>as</strong> sentiu-se grato pela intervenção de La Valette. Talvez lhe salv<strong>as</strong>sea vida. M<strong>as</strong> <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> <strong>do</strong> seu mentor encerravam uma profunda verdade.Na sua mente não havia maior desonra <strong>do</strong> que ser expulso da Ordem.O que faria depois? A sua honra pouca valor teria aos olhos de to<strong>do</strong>s os queviessem a saber da sua história.O Grão-Mestre manteve-se em silêncio enquanto pesava o destino adar ao jovem cavaleiro. Por fim respirou fun<strong>do</strong> e pronunciou-se.— Tomei uma decisão. Sir Thom<strong>as</strong> Barrett será despoja<strong>do</strong> da suapatente e de to<strong>do</strong>s os privilégios que lhe cabiam enquanto membro daOrdem. O seu br<strong>as</strong>ão será retira<strong>do</strong> <strong>do</strong>s alojamentos <strong>do</strong>s cavaleiros ingleses,e ele será expulso da ilha <strong>as</strong>sim que se puder arranjar-lhe lugar numnavio. Não poderá jamais regressar, sob pena de morte, e à exceção deuma permissão expressa da Ordem. Será portanto exila<strong>do</strong>, e nessa condiçãopermanecerá até que a morte o reclame ou até que, por vontade<strong>do</strong> Grão-Mestre e n<strong>as</strong> condições a determinar no momento próprio, talpena seja revogada. — Bateu com os nós <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s no tampo da mesa. —Levem o prisioneiro.— Não! — gritou Thom<strong>as</strong>. — Deixem-me ver Maria uma última vez.48

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