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5 A presente obra respeita as regras do Novo Acordo Ortográfico.

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Não apreciava aquela intrusão. Nos anos mais recentes, poucos o tinhami<strong>do</strong> visitar por razões sociais, e menos ainda o tinham convida<strong>do</strong>para alguma festa ou banquete. Normalmente, tratava os visitantes inespera<strong>do</strong>scomo uma fonte de irritação, um <strong>as</strong>sunto que podia despacharrapidamente e depois ignorar. Sentia uma tremenda l<strong>as</strong>situde nos ossos, epouco lhe agradava ver-se força<strong>do</strong> a aban<strong>do</strong>nar o lugar junto ao fogo ondeplaneava p<strong>as</strong>sar a noite. Se aquele homem, Philippe de Nanterre, lhe tinhai<strong>do</strong> apresentar alguma oferta para prestar serviço militar, partiria desaponta<strong>do</strong>.Thom<strong>as</strong> já fizera a sua paz com o mun<strong>do</strong>, e com os seus inimigos, esó queria que o deix<strong>as</strong>sem também em paz. Afagou a barba bem aparada eolhou para o cria<strong>do</strong>.— Conseguiste adivinhar de que <strong>as</strong>sunto se trata?— Consegui, de facto. — John sorriu. — Traz-vos uma carta, senhor.Avistei-a na sacola enquanto levava o cavalo para o estábulo. Já lhe foi devolvidacom toda a discrição e segurança.Thom<strong>as</strong> não evitou sorrir por sua vez.— Calculo que a sacola estava entreaberta, por singular ac<strong>as</strong>o.— Senhor, não me podem ser <strong>as</strong>sacad<strong>as</strong> responsabilidades por a fivelaestar mal apertada. Preocupei-me apen<strong>as</strong> em trazer-vos alguma informação.— E bem o fizeste. E de que trata a carta que por ac<strong>as</strong>o tiveste n<strong>as</strong>mãos?— É um pergaminho, d<strong>obra</strong><strong>do</strong> e sela<strong>do</strong>. No exterior não havia qualquerindicação <strong>do</strong> remetente.— Por ac<strong>as</strong>o reconheceste o selo?— Não, senhor.— Descreve-mo, então.— Uma cruz, senhor. Uma cruz com uma dentada em cada ponta.Thom<strong>as</strong> sentiu uma espécie de tontura e fechou brevemente os olhos,lutan<strong>do</strong> contra a maré de memóri<strong>as</strong> e imagens inesperad<strong>as</strong> e indesejad<strong>as</strong>que ameaçavam subjugá-lo. Ao mesmo tempo havia uma esperança an<strong>as</strong>cer-lhe no peito, alimentada pela curiosidade. Respirou profundamenteantes de voltar a abrir os olhos e contemplar o cria<strong>do</strong>.— Leva-o para a cozinha e dá-lhe de comer.— Senhor? — John arregalou os olhos. — M<strong>as</strong> trata-se de um estrangeiro.Não podemos confiar nele. Mandá-lo-ia embora sem delong<strong>as</strong>, sefosse a vós, senhor.— Ainda bem que não és, então. Depressa reinará a escuridão, e a estradapara Bishops Stortford deve estar gelada e escorregadia. Não seriaaceitável enxotá-lo. Nem seguro. Se <strong>as</strong>sim o pretender, diz-lhe que podep<strong>as</strong>sar aqui a noite. Dá-lhe comida e um leito. E diz-lhe que gostaria de falarcom ele, daqui a pouco.54

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