Ciências Humanas1 IntroduçãoEste artigo nasceu de reflexões advindas do projetode pesquisa docente (TEIXEIRA, 2009) sobre as concepçõesde avaliação do rendimento escolar. Entre tantasquestões a serem propostas para estudo e investigação,um projeto de pesquisa docente ganhou destaque,principalmente quando nos reportamos à qualidadedo ensino oferecido pelos sistemas de ensino público(municipal e estadual) e particular.Nesse sentido, a qualidade perpassa as questõesde ensino e aprendizagem. Numa perspectiva qualitativa,algumas se referem ao momento avaliativo e aoinstrumental utilizado pelos professores para comporesse momento em sua prática pedagógica, objeto dainvestigação em andamento1.2 Avaliação do rendimento escolar:breve históricoA temática avaliativa é uma temática significativa,por ser uma constante em nossas vidas. Neste estudo,avaliamos o dia a dia das nossas relações sociais: umbate-papo, uma relação amorosa, uma reunião profissional,em palestras e em sala de aula. Essa avaliaçãocotidiana possui um caráter mais informal, privado,não sistematizado e envolve impressões, sentimentos enecessidades.Ao avaliarmos, seja em caráter informal ou escolar,emitimos um julgamento de valor sobre nós mesmos arespeito de outras pessoas, ou seja, sobre o nosso trabalhoe os resultados dele advindos. Luckesi (2002, p. 69)defende que a avaliação é um “[…] juízo de qualidadesobre dados relevantes”, pois são afirmações ou negaçõessobre alguma coisa, tendo em vista uma tomadade decisão.Essas afirmações ou negações incidem sobre oaspecto que favorece conhecer a realidade da conduta doaluno, chamada por Luckesi (2002) de juízo de existência,ou da “[…] atribuição de qualidade a essa realidade,partindo do padrão ideal de conduta”, o chamado juízode qualidade. Nesse contexto, os resultados da aprendizagemdos alunos são confrontados com os esperadose baseados num modelo ideal. Esses resultados serãosatisfatórios ou não, na medida em que se aproximaremdesse padrão preestabelecido. No entanto, o ato de avaliaraperfeiçoará seu ciclo constitutivo, de acordo com atomada de decisão implantada pelo professor, em relaçãoao ensino e a aprendizagem. E é em situação de salade aula que a avaliação ocorre de forma espontânea einterativa durante o tempo todo. Professores e alunosavaliam e são avaliados constantemente, ajustando e1 Data inicial da operacionalização da pesquisa docente, resultadospreliminares, julho de 2009.128revisando suas ideias a partir das observações que vãorecebendo.O processo avaliativo tem como pressuposto quea aprendizagem se concebe em confronto com as dificuldadesadvindas dos diagnósticos realizados sobre ossucessos e fracassos de quem avalia. Essa análise devecompreender em que estágio de aprendizado está cadaaluno, considerando suas potencialidades e as condiçõesde ensino que foram propostas.Segundo Oliveira e Pacheco (2003, p. 119), “[…]nenhuma discussão curricular pode negligenciar o fatode que aquilo que se propõe e que se desenvolve nassalas de aula, dará origem a um processo de avaliação.Ou seja, a avaliação é parte integrante do currículo, namedida em que a ele se incorpora como uma das etapasdo processo pedagógico.” Portanto, para que ocorrade maneira satisfatória, não podemos desvincular ossaberes prévios dos formais que os alunos vem produzire buscar na escola, nem as formas de avaliar essesmodos de apreensão de conhecimento. Neste sentido,quando refletimos sobre essas questões que pertencemà dimensão das práticas pedagógicas, temos olharesdirecionados para duas vertentes. A primeira, enquanto“avaliação respaldada na possibilidade”, e a segunda,enquanto “ameaça aos saberes dos alunos”.Romper com a dimensão da avaliação enquantoameaça é muito difícil, pois nem sempre nós, professores,conseguimos nos desvincular de nossas histórias,subjetividades, que muito influenciam nos critérios aserem utilizados para avaliar as múltiplas situações deaprendizagem.Conforme é apontado por Oliveira e Pacheco(2003), uma das questões que entravam a prática avaliativaestá no fato de os avaliadores terem pouca clarezasobre os objetivos a serem verificados, sobretudo aquelesque já se naturalizaram como parte do processode escolarização, ou seja, as práticas sedimentadas nonosso cotidiano em sala de aula.Os autores consideram também que os conteúdosclássicos que fazem parte do currículo e do processo deescolarização nem sempre são questionados por nós,professores, em razão do hábito de realizarmos nossasações pedagógicas quase sempre da mesma maneira,sem reflexão sobre nossas práticas, uma vez que “[…]repetimos esquemas de avaliação, apesar de saber que,muitas vezes, esses mecanismos clássicos são inadequadosao que tentamos inovar em nosso trabalhocotidiano.”Nesse contexto, é urgente a necessidade de ummodelo de avaliação que passe pela possibilidade deaprender, uma vez que a avaliação está intrinsecamenterelacionada com o ensino e aprendizagem desaberes viabilizados no cotidiano do aluno e no ensinoformal. Assinala-se a importância de construir alternativasdiferenciadas de avaliação, pois discussões deIII Seminário Nacional de Pesquisa, 2009.
experiências avaliativas já em curso, desenvolvidas porprofessores que fazem a diferença com métodos alternativose inovadores de avaliação, auxiliam no debatesobre a temática e em uma possível mudança na práticapedagógica do professor.Assim, considerando o defendido por Hadji (2001,p. 45), “[…] a avaliação é uma leitura orientada por umagrade que expressa um sistema de expectativas julgadaslegítimas, que constitui o referente da avaliação.” É fundamentalque os objetivos do ensino sejam seriamenteavaliados e coletivamente construídos. Uma das tarefasda escola é decidir sobre o que esperamos dos alunosem cada série escolar e sobre como orientá-los por meiode sugestões de avaliação que atendam ao proposto pelaescola. Para tanto, não podemos realizar a avaliação nosmomentos estanques de ensino (unidades, períodos,bimestres, semestres, anos letivos), pois a aquisição deconhecimento pelo aluno necessita da mediação doprofessor, referente ao acompanhamento do processode sistematização do conhecimento. Essa questão estáalicerçada no princípio de que muitas são as experiênciasenriquecedoras implementadas por professorese professoras, tanto no que se refere aos conteúdos deensino quanto nas maneiras de ensinar, associando essaprodução ao desenvolvimento de instrumentais de avaliaçãoconexo com o que procuram verificar em suassalas de aula.Em consonância a Hoffmann (2003, p. 45), “[…] aavaliação da aprendizagem são termos que assumemmúltiplas dimensões porque estão atrelados a diferentesconcepções.” Como princípio, avaliar está relacionado àquestão de atribuir um valor a algo, assim como perceberas várias dimensões de qualidade acerca de umapessoa, objeto, fenômeno ou situação.Esses juízos de valor podem ser negativos ou positivospara quem avalia, portanto, para superar valoraçõesnegativas, o professor, por meio de sua prática pedagógica,deve conceber que a avaliação e o ensino ocorremde forma conjunta, uma vez que a primeira favorece aoprofessor planejar e replanejar sua ação pedagógica paraatender às especificidades que compõem a área curriculare, consequentemente, os conteúdos programáticos aserem ministrados e construídos em consonância com oproposto pela escola.Nesse sentido, para ocorrer uma aprendizagemde maneira significativa é preciso conceber que esseprocesso possui várias áreas de saberes, e o professordeve refletir sobre as diversas dimensões em sua práticapedagógica, focando-se na perspectiva interdisciplinar.Em uma perspectiva interdisciplinar, os elementosde aprendizagem devem orientar uma revisão daprática pedagógica do professor quando atentar paraas atividades e os trabalhos pedagógicos solicitados aosalunos.Ciências HumanasSegundo Hoffmann (2003, p. 48), o professor, emsua prática pedagógica, deve considerar que os alunos,ao serem encorajados em “[…] sua curiosidade acercade sua própria realidade […]”, estão sendo consideradoscomo aprendizes pesquisadores e protagonistasdas próprias questões de estudo. Os alunos, ao serematentamente ouvidos a respeito do tema que compõe osconteúdos programáticos, são encorajados a conhecersua própria realidade.Com isso, o professor, ao propor trabalhos eatividades, precisa considerar que lhe é atribuída aresponsabilidade de compor um cenário educativo instigadorem sua sala de aula. E é nesse contexto que asformas instrumentais de coleta de dados com os trabalhose atividades constituirão instrumentos avaliativos,uma vez que contribuem para diagnosticar o processode aprendizagem do aluno e de ensino do professor.Nesse cenário educativo instigador, a curiosidade,a pesquisa e a expressão própria do estudante devemfazer-se presentes, uma vez que se constituirão numcenário avaliativo igualmente investigativo. Assim, umcenário investigativo, desafiador, favorecendo espaçospara que os alunos deixem de ser meros receptores deinformação, com certeza, contempla o significado daexistência da escola, pois se transforma em lócus privilegiadopara o professor que ensina, ocorrendo umaadequação entre o cenário educativo e o contexto avaliativo.Nesse sentido, acompanhar verdadeiramenteos múltiplos significados construídos pelos alunos,a expressão própria de conceitos, das dúvidas, dosinteresses transdisciplinares decorrentes dos estudosrealizados, favorece uma constante revisão dos modelosavaliativos utilizados no contexto escolar, propondooutros modelos que se fundamentem numa ocorrênciaprocessual, articulados e inter-relacionados com outrasdisciplinas e séries. E, ao contemplar a necessidade daconstrução, de maneira coletiva, dessas ações, elaborandocorreções conjuntas das avaliações realizadas,com diferentes áreas de conhecimento e utilizando osresultados avaliativos, o professor terá elementos fidedignospara uma revisão constante de sua prática e deseu planejamento.Portanto, utilizar essas recomendações em todasas áreas do currículo escolar fortalece e viabilizaaprendizagens significativas, uma vez que o aluno, aosentir-se parte do processo educativo e valorizado peloprofessor, melhora seu aprendizado. E o professor, aorevisar sua prática pedagógica com dados advindosda avaliação realizada ao longo do processo de ensino,encaminhar-se-á para uma práxis ressignificada e refletida.A avaliação, segundo Hoffmann (2003), deve focare valorizar, principalmente, expressões singulares denoções de tempo e lugar, construídas pelos alunos.III Seminário Nacional de Pesquisa, 2009. 129
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